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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Ex-presidente pede saída de gerente: 'É falta de planejamento e inteligência'


Montenegro critica Anderson Barros por escassez de atacantes, diz que daria nova chance a Jobson e usaria Túlio: 'Melhor que Rafael Marques'


Montenegro critica Barros
 (Foto: Agência Globo)
Preocupado com a situação do Botafogo na tabela, em oitavo com 40 pontos e sem vencer há seis jogos, o ex-presidente Carlos Augusto Montenegro resolveu soltar o verbo. E o alvo foi o atual gerente de futebol do clube, Anderson Barros. O principal motivo das críticas do ex-dirigente é a falta de atacantes no elenco, que obriga o técnico Oswaldo de Oliveira a utilizar o meia Elkeson improvisado na posição. Para ele, as saídas de Loco Abreu e Caio para o Figueirense, e Herrera para o futebol árabe, não foram compensadas com reforços para o setor.

- Faltou planejamento. Não tenho nada contra a pessoa, mas a culpa é do Anderson Barros. Nunca vi um time disputar o campeonato mais difícil do mundo sem atacantes. Dispensou e não contratou ninguém. É um absurdo completo, uma falta de respeito até com os outros jogadores. Fizeram um esforço para trazer o Seedorf, uma bela contratação, mas não tem para quem tocar a bola. É falta de responsabilidade, planejamento e até de inteligência. Se fosse o presidente, teria demitido o Anderson. É o quarto ano com uma campanha pífia - disse Montenegro à Rádio Brasil, em relação ao gerente, que está no clube desde 2009.

Apesar dos resultados, ele elogiou Oswaldo de Oliveira e afirmou que seu único erro foi pedir a contratação de Rafael Marques. Para ele, o jogador não tem qualidade para ser centroavante. Questionado sobre a solução, chegou a citar Túlio Maravilha, que voltou ao clube para tentar alcançar seu suposto milésimo gol, e até Jobson, que está de volta ao Glorioso mais uma vez após passagem frustrada pelo Barueri.
Poderia ser útil. Independente da idade, é melhor que Rafael Marques"
Montenegro, ex-presidente

- É um grande técnico. O seu erro foi ter bancado o Rafael Marques. Tem estatura de zagueiro, altura de zagueiro, média de gols de zagueiro: zero. Às vezes, não fica nem no banco. Nos últimos jogos, o Túlio Maravilha poderia ser útil. Independentemente da idade, é melhor que o Rafael Marques. Daria uma chance ao Jobson. Eu sempre acredito no ser humano. Ele tem duas alternativas: ou joga bola, ou encerra a carreira - garantiu.

Montenegro exaltou o trabalho feito na gestão de Maurício Assumpção em relação ao futuro do Botafogo. Para ele, o presidente modernizou o patrimônio do Glorioso, aprimorou a sede, melhorou os esportes amadores e as categorias de base do futebol. Contudo, ele relatou que o time precisa focar também no presente e voltou a falar da escassez de jogadores de ataque.

- Para o futuro, é sensacional, mas você vive com o dia a dia. Temos um grande goleiro, jogadores excelentes de meio de campo, uma defesa sofrida com desgastes de Antônio Carlos e Fábio Ferreira, laterais que alternam ótimos e péssimos jogos, mas o ataque tem que começar do zero. O Elkeson teve que aprender a fazer gol no meio do campeonato. É uma vergonha, todo botafoguense está triste. O Botafogo está no limbo, na zona cinzenta, no nada, nem para frente, nem para trás - reclamou.

Além de criticar Anderson Barros, o ex-dirigente disse que a escolha de Chico Fonseca como vice de futebol pelo presidente Maurício Assumpção não representa mudanças no departamento.

- É um grande amigo, um executivo, uma pessoa que fez muito pelo Botafogo, inclusive no sentido patrimonial. Sempre foi ligado a esportes aquáticos. Mas na parte do futebol, é um torcedor. Está lá porque tem que ter um nome, não vai fazer nada diferente - finalizou.

Por GLOBOESPORTE.COMRio de Janeiro


HORA DA REVOLUÇÃO!



Opinião do Torcedor


 
Danilo Monteiro


Uma das coisas mais irritantes que o homem tem, principalmente o brasileiro, é de arrumar desculpa pra tudo. Assumir o erro e chamar a responsabilidade, hoje em dia, é um gesto para poucos. E uma das coisas que o ser humano menos pratica é a paciência. E essa palavra não faz mais parte do dicionário do torcedor do Botafogo! E não é pra pouco. Desde que assumiu a diretoria em 2009, Maurício Assumpção ganhou um Campeonato Carioca e só. Vangloria-se que tem feito mais que Bebeto de Freitas, mas no futebol profissional, carro chefe do clube e, portanto, setor que precisa de mais investimentos e resultados, não foi diferente. Ambos ganharam apenas um torneio regional. Porém é bom salientar que Bebeto pegou o clube numa situação bem mais dramática, com o time na série B. Em todos os outros setores da instituição como nos esportes olímpicos e no marketing, Assumpção dá aula em seu antecessor, isso sem contar a maior conquista do dentista, as divisões de base do Botafogo. Por outro lado, o bem mais precioso do clube, cuja história é uma das mais bonitas e gloriosas do futebol mundial, é negligenciado da forma mais brutal.


Quer uma comparação? O Fluminense foi duas vezes seguidas, rebaixado. Chegou à série C e amargou o ostracismo. Sem entrar na questão da legalidade, ao voltar pra primeira divisão sem precisar jogar a segundona, o clube se reestruturou, e com boas diretorias cresceu no cenário nacional. Ganhou uma Copa do Brasil em 2007, chegou a uma final de Libertadores no ano seguinte, ganhou o Brasileiro em 2010 e está prestes a conquistar mais um título nacional este ano. E não se espante se o tricolor carioca vencer o torneio continental ano que vem, deixando o Botafogo como único do Rio sem vencer a Liberta. E ao lado do Atlético Mineiro, os únicos dos 12 grandes do Brasil. Ainda podemos dar exemplos, mesmo com as péssimas administrações, Flamengo e Vasco. O primeiro ganhou o Brasileiro em 2009 e uma Copa do Brasil em 2006, e o segundo conquistou a Copa do Brasil em 2011. O Botafogo não vence um título de expressão há 17 anos.

Assumpção é tão ou mais culpado que qualquer um da diretoria ou comissões técnicas que passaram pelo clube. Afinal, ele é o mandatário, a pessoa que assina tudo, que dá a última palavra e é responsável por contratações e pela nomeação dos cartolas. Ao chamar Anderson Barros para assumir a gerência de futebol do Botafogo, sabia os riscos que assumia. Barros não chega nem perto de ter um currículo vencedor, e ainda por cima, é torcedor declarado do maior rival alvinegro, o Flamengo. Não bastasse isso, o atual dirigente do futebol do Bota é, sabidamente, envolvido com o grupo de empresários MFD e o seu articulador principal, Eduardo Uran. Basta uma breve pesquisa no elenco do Botafogo e ver quantos jogadores tem seus direitos presos ao empresário e ao grupo. Vale ressaltar que boa parte da nossa base está vendida para a MFD, acordo pra selar a reforma (importantíssima) do CT da garotada em Marechal Hermes. Em termos populares, o Anderson Barros é o laranja dessa gente. E eles usam o presidente como testa de ferro, que é conivente e tem conhecimento de tudo isso. Resta saber se ele se aproveita da situação pra fazer o caixa dele, mas ai cabe ao Conselho do clube investigar, algo impensável, já que boa parte dos conselheiros é da situação. Logo, podemos concluir que o Botafogo vive em uma ditadura. Fecham-se os olhos para o errado e esquece-se do que é necessário: mudanças!

Não dá pra isentar o Oswaldo de Oliveira da culpa do fracasso em 2012. Perdeu uma final de carioca ao passar por um vexame diante do Fluminense, humilhado na Copa do Brasil ao ser eliminado pelo Vitória (Série B em casa, pela primeira vez fora da Sulamericana ainda na fase brasileira da competição e, por fim, uma campanha pífia no Campeonato Brasileiro. Sem falar que o time não tem um padrão de jogo, um péssimo emocional (problema antigo) e indicações de jogadores fracos, vide Rafael Marques, uma das coisas mais bisonhas que passaram pelo Bota. O trabalho é ruim e ponto. Mas ele, talvez, seja o menos dos culpados nisso tudo. Mantê-lo após a goleada sofrida por 4 a 0 pro São Paulo no Morumbi nos remete ao ano passado, quando o Botafogo perdeu de 5 a 0 para o Coritiba, bancou a permanência de Caio Júnior (que é de longe, muito pior que Oswaldo), para no fim demitir o treinador faltando três rodadas para o término do campeonato. Um exemplo claro de como não se dirigir um futebol. Um atestado para incompetência e a falta de ambição desses que compõe a diretoria do clube. É o maior defeito dessa gestão de Assumpção, a falta do planejamento e a negligência para com o futebol profissional.

Mas todo ano, o que vimos são as mesmas desculpas e as mesmas promessas mentirosas, que estamos em crescimento, que vamos chegar longe e que quem dúvida disso vai dar com os burros n’água. Alguém acha que isso vai mudar? Que num passe de mágica o Anderson Barros vai sair? O Botafogo hoje é dependente da MFD e Eduardo Uran, se eles saírem, o clube fica sem time. Colocam caras, porque não se pode chamar aquilo de jogador, sem problema nenhum. Botafogo virou vitrine pra vender jogador, para acordos e tudo mais. Não se espante se no ano que vem o Dória for para um São Paulo da vida, o Jefferson para o Corinthians ou ver o Seedorf no Flamengo/Fluminense. O Botafogo está fadado ao fracasso, ao vexame, é quarta força do Rio, time mediano com uma torcida mediana.

O Botafogo hoje só tem UMA salvação! Apesar de não acreditar mais no efeito dela, só a torcida pode tirar o clube do buraco. E não é pouca coisa, não. É necessário, talvez, uma revolução. Não tem outra saída! Protesto já foi feito. Cobranças também. A torcida pelo menos aprendeu a focar mais suas reivindicações e investiu pesado contra o Anderson Barros! O Oswaldo é burro? O Rafael Marques é horrível? O Fábio Ferreira é o pior zagueiro do Brasileiro? Mas quem coloca esses pernas-de-pau lá? Quem contrata? É isso que o torcedor tem que focar. Se as reclamações contra o laranja não abriram os olhos do Assumpção, alguém acha que vai ser agora que ele vai tirar? O Anderson Barros permanecerá como gerente de futebol, o clube vai continuar sem planejamentos, contratando jogadores que a MFD e o Uran bem entenderem e o Botafogo vai continuar sendo motivo de chacotas e coadjuvante por pelo menos três anos mais.

Uma pena! Digo hoje que o clube vai se apequenando cada dia mais. E se um dia cair pra série B, tenho minhas dúvidas se teria força pra voltar. A mudança passou de uma coisa simples, pra ser radical! Se as coisas não mudarem completamente, o destino em breve será trágico.

Por BotafogoDePrimeira


Alvo de críticas, ataque do Botafogo iguala sua pior série no Brasileiro



Time completa três jogos seguidos sem fazer gols pela segunda vez na competição. Andrezinho e Elkeson não marcam desde o dia 9 de setembro


O ataque do Botafogo sempre se torna um ponto de questionamento quando passa em branco. A derrota por 2 a 0 para o Santos Assista aos melhores momentos no vídeo), quarta-feira, no Engenhão, foi o terceiro jogo seguido do time no Campeonato Brasileiro sem fazer gols, igualando a sua pior série na competição, que havia acontecido entre as rodadas 10 e 12.

Desde o sistema de jogo montado pelo técnico Oswaldo de Oliveira, com apenas um atacante, até as saídas de Loco Abreu e Herrera, principalmente, os questionamentos têm sido constantes. Antes, o fato de ter o melhor ataque do Brasileiro vinha servindo como justificativa, mas agora o time já não ostenta tal marca.

Andrezinho foi quem mais finalizou na derrota para o Santos: seis vezes (Foto: Fernando Soutello / AGIF)
Os artilheiros do time no Brasileiro, com oito gols cada, são Andrezinho e Elkeson, que se transformou em atacante com Oswaldo de Oliveira. No entanto, a dupla não marca desde o dia 9 de setembro, quando o Botafogo venceu o Náutico por 3 a 1, no Engenhão.



Contra o Santos, os goleadores alvinegros no Brasileirão correram atrás do gol. Elkeson finalizou quatro vezes, duas delas na trave, enquanto Andrezinho foi o recordista do jogo, com seis tentativas. Ele já havia liderado o time na estatística na derrota por 2 a 0 para o Bahia, quando tentou cinco finalizações. No clássico com o Fluminense, foram duas, uma a menos do que Fellype Gabriel, líder do time no confronto.

- Andrezinho tem se aplicado muito, com entrega, lutando de todas as maneiras. Isso aumenta muito o meu apreço por ele - afirmou Oswaldo de Oliveira, que sempre tratou o jogador como um de seus homens de confiança.

Com 40 pontos, na oitava colocação no Campeonato Brasileiro, o Botafogo volta a jogar domingo, contra o Grêmio, no Olímpico, pelo Campeonato Brasileiro.

Por Thales SoaresRio de Janeiro


Isolado e sem prestígio, Oswaldo de Oliveira não tem clima para continuar no Botafogo


Bruno Voloch


As imagens de Botafogo 0 x 2 Santos (Foto: Cleber Mendes)A diretoria do Botafogo não aprendeu com as lições do passado.
Em 2011, deixou de demitir Caio Jr após a goleada de 5 a 0 para o Coritiba e acabou ficando sem a vaga na libertadores.

Esse ano o filme se repete, com protagonistas diferentes.

Quando foi massacrado pelo São Paulo no Morumbi por 4 a 0, os dirigentes acharam por bem manter Oswaldo de Oliveira. Era fim de agosto, e na ocasião uma mudança no comando do time ainda poderia surtir efeito.

Quem comanda o futebol do Botafogo preferiu prestigiar Oswaldo e dar crédito ao treinador.

O time não consegue evoluir, segue em padrão tático algum e com incrível despreparo emocional.

Após mais uma derrota, dessa vez para o desfigurado Santos, a torcida volta a exigir a demissão de Oswaldo.

Vaidoso, ele garante que não pede para sair.

O discurso no entanto não é mais aquele de otimismo exagerado. A comissão técnica já não fala em libertadores e começa a enxergar a dura realidade. Menos mal.

O Botafogo ainda precisa de 4 pontos em 9 partidas para se livrar matematicamente do risco de rebaixamento.

O consolo será jogar novamente a Sul-Americana. Pouco, muito pouco para a tradição do Botafogo.

Oswaldo de Oliveira não vai deixar saudades. A saída do treinador é apenas questão de tempo.

O técnico está isolado, sem prestígio com os torcedores e perdeu tudo que disputou em 2012.
UOL