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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Treino é jogo: atividade tem disputas ríspidas, mudanças e muita chuva


Lodeiro tem duelo à parte com Airton e afirma que as trabalhos precisam ser encarados como se já fossem valendo três pontos



Lodeiro foi um dos que mais mostrou disposição no
treino (Foto: Márcio Mercante/Agência Estado)
Nesta quinta-feira, o técnico Vagner Mancini começou a fazer várias mudanças na equipe do Botafogo, como as entradas de Emerson, Zeballos e Lucas entre os titulares. A atividade coletiva foi disputada como se fosse um jogo, até com algumas divididas mais duras potencializadas pelo gramado encharcado depois da forte chuva que caiu.

Lodeiro e Airton foi um duelo à parte. Os dois protagonizaram várias disputas, mas sem confusão. O uruguaio acredita que, independentemente de ser um momento de mudanças por causa da chegada de um novo técnico, todas os treinamentos deveriam ser encarados como jogos.

- Independente de quem seja o técnico, acho que os treinos precisam todos ser assim. São disputas normais, acontecem sempre. Precisamos treinar da mesma maneira que jogamos. Queremos, tanto o Airton quanto eu, o melhor para o time - disse.

O camisa 14 comentou sobre as mudanças táticas feitas por Mancini. Ele acredita que as entradas de Emerson e Zeballos podem fazer o time perder presença física na área, mas por outro lado ganhar mais mobilidade.

- Faz pouco tempo que ele (Mancini) chegou, mas estamos aprendendo o jeito dele. Fez uma armação diferente, e me senti cômodo. Vou procurar fazer o que ele tem me pedido. Com o Tanque temos mais presença na área. Com a formação do treino, existe mais mobilidade com o Emerson e o Zeballos. Qualquer das duas que forem usadas, temos que tentar fazer o melhor e conseguir a vitória.

Zeballos e Emerson treinaram e podem entrar no time titular (Foto: Márcio Mercante/Agência Estado)

Lodeiro disse que sua primeira impressão no convívio com Emerson foi boa, e confessou estar surpreso com o jeito simples do atacante apesar de já ter conquistado muitos títulos importantes.

- Acho que vai ser um cara importante para nós. É um grande jogador. Como pessoa, parece ser bem simples, bem legal. Fiquei até um pouco surpreso.

Em busca dos primeiros pontos no Brasileiro, o Botafogo enfrenta o Internacional, neste domingo, às 16h, no Maracanã.

Por Fred Huber Rio de Janeiro

Mancini testa ataque com Sheik e barra três atletas em treino do Botafogo



Emerson Sheik corre em volta do campo anexo do Engenhão em seu primeiro treino pelo Botafogo Satiro Sodre/SSPress
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O técnico Vagner Mancini começou a desenhar o time que enfrenta o Internacional, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro. Insatisfeito com o desempenho da estreia – derrota por 3 a 0 para o São Paulo –, o treinador fez três mudanças na equipe durante atividade tática na tarde desta quinta-feira. Emerson Sheik e Zeballos formaram um novo ataque e barraram Tanque Ferreyra e Wallyson.

Além da dupla ofensiva, o Alvinegro deverá ter outra novidade em duelo contra o Colorado, às 16h do próximo domingo. O lateral direito Edilson foi para o time reserva no treinamento e deu lugar a Lucas.

Pela esquerda, o lateral Julio Cesar não treinou por causa de um torcicolo. O jovem Fabiano – volante de origem – ganhou oportunidade no time titular, mas não deve ser aproveitado. O reserva imediato é Junior Cesar, que está em fase final de recuperação de lesão no joelho direito. O ex-jogador do Atlético-MG correu em volta do gramado nesta quinta.

Este foi o primeiro ensaio de Mancini com as mudanças prometidas após a derrota para o São Paulo. Nos dias anteriores, o treinador preferiu observar mais uma vez a formação que entrou como titular no Morumbi.

Um time titular com novidades no ataque e o retorno de Lucas na lateral, porém, foi o grande destaque do trabalho desta quinta. Principal reforço para o Brasileirão, Emerson Sheik foi companheiro de Zeballos, que jogou o segundo tempo do duelo com o São Paulo.

Sheik trabalhou no time titular, mas foi desfalque durante um período da atividade. Ele teve que deixar o gramado do campo anexo do Engenhão para que pudesse assinar documentação a ser enviada para a CBF. O Botafogo reúne papéis para poder regularizar o atleta para o jogo deste domingo, no Maracanã.

Bernardo Gentile
Do UOL, no Rio de Janeiro

Há uma semana no Bota, Mancini agrada elenco com nova metodologia


Gabriel acredita que o novo treinador, que gosta mais das conversas do que dos gritos, tem tentado dar uma mentalidade mais ofensiva ao time



Mancini junto com seus auxiliares, entre eles o ex-técnico
do Bota, Eduardo Hungaro (Foto: Satiro Sodré)
O técnico Vagner Mancini completou na quarta-feira uma semana no comando do Botafogo, mas, mesmo com o pouco tempo, já começou a mostrar aos jogadores como é seu estilo de trabalho. Ao contrário de Eduardo Hungaro, seu antecessor, troca os gritos por um tom mais baixo. O resultado do primeiro jogo, 3 a 0 para o São Paulo, não foi o esperado, mas a expectativa é de que o Alvinegro inicie uma fase de ascensão.

- O Vagner tem outra metodologia, a que ele implantou no Atlético-PR no ano passado. Sentimos diferença, é outro estilo de conduzir o treino e o vestiário. Cada um tem seu jeito, e, com certeza, o Botafogo vai crescer - analisou o volante Gabriel.

Nas conversas que teve até agora com os atletas, Mancini tem pedido que o time adote uma postura ofensiva. No treinamento de quarta, ele deu bastante ênfase na combinação de jogadas de ataque nas finalizações. Segundo Gabriel, isso pode ser importante.

- Ele gosta que a equipe marque e chegue com força no ataque. Nos disse que os times dele fazem muitos gols. Isso nós fizemos no ano passado, mas este ano menos. Acho que vai conseguir nos estimular. Hoje (quarta) já fez um trabalho de finalização que não vínhamos fazendo. São pequenas coisas que podem fazer diferença.

Uma das características de Mancini é iniciar a semana de trabalho para um jogo com um time e, de acordo com suas observações, fazer alterações até chegar ao que considera o mais perto do ideal. Gabriel disse que a disputa pelas vagas no time titular está aberta, e que o principal beneficiado com isso é a própria equipe.

- As disputas são sempre sadias, leais. O treinador é quem escolhe quem vai jogar. Agora estamos jogando eu e o Marcelo Mattos, mas o Bolatti tem entrado bem também. O importante é o Botafogo melhorar e voltar a vencer.

O segundo desafio de Mancini, o primeiro diante da torcida alvinegra, no Maracanã, será neste domingo, contra o Internacional. O Bota, que ainda não pontuou, precisa da vitória para iniciar sua reação.

Por Fred Huber Rio de Janeiro

Com atraso salarial na pauta principal, diretoria tenta apoiar elenco de perto


Presidente Maurício Assumpção se aproxima do time e acompanha todos os treinamentos. Gabriel acredita que problema cria responsabilidade extra para equipe



Maurício Assumpção assistiu aos treinamentos do Botafogo
nesta semana (Foto: Satiro Sodré)
Diante dos recentes maus resultados do time do Botafogo, que no domingo estreou no Brasileiro com uma derrota por 3 a 0 para o São Paulo, o atraso de salários tem sido ainda mais abordado nas entrevistas com os jogadores alvinegros. Os principais líderes do elenco estão em contato constante com a diretoria, mas ainda não há uma previsão para o pagamento.

Diante do cenário adverso, o presidente Maurício Assumpção tem ido aos treinos para acompanhar de perto todas as atividades do time. A principal dificuldade do clube é o fato de ter suas receitas bloqueadas por causa de dívidas. A solução imaginada pela diretoria é conseguir voltar ao Ato Trabalhista e a aprovação do Proforte, programa que está em votação em Brasília e que promoveria anistia de dívidas dos clubes brasileiros.

- Os mais experientes têm conversado com a diretoria, mas até agora não passaram nada. Eles estão correndo atrás, e nós estamos concentrados nos jogos. Não começamos bem a competição e precisamos vencer neste domingo. Encaramos da melhor maneira (presença de Maurício Assumpção). Nos sentimos lembrados, acolhidos. Temos certeza de que vão correr atrás para quitar - disse o volante Gabriel.

Perguntado sobre a possibilidade de o grupo não aprovar a chegada de um jogador caro como Emerson Sheik, Gabriel disse que não existe clima ruim.

- A contratação repercutiu da melhor maneira possível. O Emerson é um excelente jogador e vai nos ajudar a conquistar vitórias.

O volante reconheceu que o peso das derrotas tem aumentado por causa do atraso salarial, já que a tendência é as pessoas interligarem os problemas. Ele espera que o time consiga deixar de lado essa fase ruim e lutar pelo título brasileiro.

- A situação é complicada, mas somos homens, e isso não vai nos atrapalhar dentro de campo. Às vezes somos muito cobrados, e a responsabilidade extra pode atrapalhar. Ano passado tivemos salários atrasados, mas fomos campeões cariocas e fizemos um bom Brasileiro. Acho que agora é um momento ruim, de turbulência, mas podemos melhorar. Temos 37 rodadas para chegar ao nosso objetivo. Com os resultados aparecendo, a situação financeira pode melhorar.

O Botafogo enfrenta o Internacional neste domingo, às 16h, no Maracanã, e busca os três primeiros pontos para tentar deixar a zona de rebaixamento.

Por Fred Huber Rio de Janeiro

Carlos Alberto Torres cogita ser presidente do Botafogo



Carlos Alberto só aceita se for candidato único. Foto Ivo Gonzalez / Agencia O Globo Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo

Do mar agitado no qual naufraga o Botafogo poderá emergir nos próximos dias um nome de peso: Carlos Alberto Torres, o capitão do tri, está analisando a possibilidade de lançar sua candidatura à presidência do clube nas eleições de novembro. Aliás, ele já admite até aceitar a proposta feita por um grupo político alvinegro, mas com uma condição:

- Não quero ser candidato contra ninguém. Aceitaria, sim, desde que houvesse consenso. Se fizerem uma união em torno do meu nome, eu vou. Se estou dentro, não deixo o clube desabar - avisou o Capita à coluna.

Mesmo sem entrar de cabeça na briga, Carlos Alberto já faz planos para o futuro, caso consiga ser candidato único. Parcerias com a Adidas e o Bayern de Munique estão na sua plataforma de campanha, sob o apadrinhamento do ex-jogador Franz Beckenbauer, presidente de honra do clube alemão e seu amigo particular.

- Há um tempão, o Botafogo está atrás da Adidas. E o Franz, meu amigo, meu irmão, manda lá. Assim como manda também no Bayern. Já pensou numa parceria do Botafogo com o Bayern de Munique? Garanto que o Beckenbauer jamais dirá "não" para mim.

O vínculo com a atual diretoria do Botafogo está rompido. Nomeado "embaixador do Engenhão" em 2011, Carlos Alberto Torres foi esvaziado após a inesperada interdição do estádio, em março do ano passado.

- Pararam de me pagar. Fiz um acordo para receber quatro meses, e o presidente nunca mais me ligou. Deve estar vendo, agora, o resultado... Até o ônibus do time foi conseguido por mim.Fui lá na Mercedes e pedi. Fico triste com o descaso. Não quero mais saber deles, pela falta de consideração comigo. O Engenhão fechou, mas o time não parou de jogar. Estão achando que eu sou o quê? Não dependo do Botafogo para nada - disparou, magoado, com um olho no passado e outro no futuro.

A foto é de Ivo Gonzalez

Por: Marluci Martins/Extra OnLine