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domingo, 1 de junho de 2014

VÍDEO Zica continua… Corinthians vacila e empata com o Botafogo


VÍDEO Zica continua… Corinthians vacila e empata com o Botafogo




Corinthians permite empate do Bota e segue sem vencer na Arena (Foto: Ale Cabral/ LANCE!Press)

Bota arranca empate no fim e frustra nova festa na casa do Corinthians



Jadson abre o placar, mas time paulista não aproveita as chances para matar o jogo e acaba castigado por Edílson. Dentro, estádio funciona bem





O velho ditado "quem não faz, leva" entrou em ação no segundo jogo do Corinthians em sua recém-inaugurado arena e impediu mais uma vez que o time paulista festejasse antes da Copa do Mundo. Depois do Figueirense, que arrancou uma surpreendente vitória há duas semanas, o vilão da vez foi o Botafogo, dominado em grande parte dos 90 minutos, decretando 1 a 1 com gol de Edilson perto do fim. Jadson havia aberto o placar para o Timão no primeiro tempo.

O resultado mantém a equipe de Mano Menezes provisoriamente em segundo lugar, agora com 16 pontos - o Fluminense ainda pode tomar a posição. Já o Glorioso fica na 14º posição, com nove, e cupre a missão de escapar da zona de rebaixamento no recesso para o Mundial.

Foi o último evento-teste para o palco da abertura da Copa do Mundo. O público pagante de 37.119 (renda de R$ 2.616.819,50) recheou o estádio, embora tenha tido dificuldades para entrar por causa de bloqueios e determinações da Fifa e tenha saído frustrado num coro de vaias. Mas ficou provado que há pouco a se fazer em termos operacionais do lado de dentro, à exceção da finalização da instalação dos assentos do Setor Norte Superior, que não foi liberado.

O duelo começou com amplo domínio dos paulistas. Tanto em presença no campo de ataque, quanto em chances de gol. Prova disso foi que no intervalo a estatística marcava sete a um em finalizações. A única boa chegada do Botafogo com uma cabeçada de Ferreyra. Longe de ser suficiente para evitar que Jadson abrisse o placar em belo chute de fora de área, aos 23.

A marcação encaixada do time de Vagner Mancini logo ruiu com atuações fracas de Airton e Bolatti. Sem contar com a inoperância do trio de meias, que produzia muito pouco. Mas, apesar de boas tabelas e passes partindo dos pés de Bruno Henrique Petros, Guerrero e Romarinho não estavam inspirados e desperdiçaram os lances, eventualmente parando em Renan.

Aos poucos, com a ajuda das mudanças das peças (entraram Daniel, Gegê e Jorge Wagner), o Alvinegro melhorou a movimentação e passou a ter lampejos de criatividade, aproveitando-se do espaço oferecido. Até que, aos 41 minutos, Edilson arrancou pela direita, invandiu a área, bateu firme e deu sorte pelos dois desvios no caminho e um toque na trave até morrer na rede. Nos acréscimos, a pressão desorganizada do Timão, e o time saiu muito vaiado.

Por GloboEsporte.com São Paulo

Para inverter pressão da Fiel, Lucas diz que Bota tem que minar rival


Lateral-direito acredita que a ansiedade da torcida pela primeira vitória na Arena Corinthians poderá se tornar favorável ao Glorioso


Depois de perder para o Figueirense em sua estreia oficial na Arena de Itaquera, o Corinthians fará neste domingo, contra o Botafogo, seu segundo jogo na nova casa e não quer deixar passar a oportunidade da primeira vitória. Os jogadores botafoguenses, no entanto, esperam ser visitantes indigestos. Eles sabem que a pressão da torcida será grande, mas têm uma tática para tentar tirar proveito dela.

Arena Corinthians no dia do jogo entre os donos da casa e o Figueirense (Foto: Getty Images)

O lateral-direito Lucas acredita que o Bota precisa forçar ao máximo os erros do adversário para que a impaciência passe para a arquibancada, e a pressão mude de lado.

- Sabemos que vai ser uma pressão enorme. A torcida do Corinthians canta os 90 minutos, mas sabe cobrar também. Acho que pode ser bom para nós também, temos que tentar fazer com que eles errem o máximo possível e trazer isso para o nosso favor. Precisam ser minados o tempo inteiro para não crescerem - afirmou o jogador botafoguense.

Um bom resultado em São Paulo seria importante para o Botafogo se afastar mais um pouco da zona de rebaixamento antes da paralisação para Copa do Mundo. A equipe está em 13º lugar com oito pontos.

Por GloboEsporte.com São Paulo

Brasil perde Marinho Chagas, o Bruxa na arte de atacar


Um dos últimos românticos no futebol, lateral ofensivo, com presença marcante na Seleção de 1974, no Botafogo, Flu e São Paulo perde luta para o álcool



Marinho Chagas, em João Pessoa, na véspera de
passar mal e ser internado na capital paraibana
 (Foto: Cadu Vieira/ GloboEsporte.com)
Para quem acompanhou o futebol ainda romântico e total dos anos 1970 ao vivo, em vídeos ou até pelo Canal 100, a imagem era clássica. Inesquecível. Bola pelo lado esquerdo. Seja na seleção brasileira, onde foi o craque da Copa de 1974. Seja no Botafogo, camisa que mais vestiu e exibiu sua técnica. Seja na terceira versão da máquina do Fluminense, em 1977. Seja no São Paulo, onde foi campeão paulista. Seja no americano Cosmos de Pelé, Beckenbauer, Carlos Alberto. Seja no ABC, onde deu os primeiros passos, era comum ver as arrancadas de Francisco das Chagas Marinho. O Marinho Chagas. O Marinho Bruxa, como era carinhosamente chamado. Aquele dos longos cabelos louros que balançavam ao vento à medida que dava velocidade às jogadas. Pinta de playboy, usava uma pulseirinha preta no pulso e tinha um canhão, mas um tremendo canhão na perna direita. Era lateral-esquerdo, mas era destro. E tinha também um furor incansável pelo ataque. Foi um dos que melhor souberam avançar da defesa. Na Copa de 1974, onde figurou na seleção dos melhores, não teve medo do carrossel holandês de Cruyff & Cia. O Brasil foi eliminado, mas o lateral não queria saber de censura. Partiu em direção ao gol até o fim do jogo, e teve até problemas com o goleiro Emerson Leão por conta disso. Marinho era tão ousado que, na estreia pelo Botafogo, jura ter tido personalidade suficiente para dar chapéu em Pelé. Pois bem. Marinho Chagas, que também teve problemas sérios com o álcool depois que parou de jogar, está morto, aos 62 anos.

A informação foi confirmada na manhã deste domingo pela família do jogador. Ele estava internado desde a tarde de sábado no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, depois de passar mal num encontro que participava com colecionadores de figurinhas de álbum de Copa do Mundo, na capital paraibana. Ele conversava com uma pequena multidão, quando começou a vomitar sangue e foi levado para o hospital.

Inicialmente, o ex-atleta foi levado para a Unidade de Pronto-Atendimento Oceania de João Pessoa. E no local, foi diagnosticado com "hemorragia digestiva alta". Como os médicos tiveram dificuldades para estabilizar o quadro clínico do jogador e para estancar a hemorragia, ele foi transferido para o Hospital de Emergência e Trauma, mais bem equipado para esse tipo de procedimento.

No Trauma, os médicos colocaram um balão no estômago de Marinho Chagas, com o objetivo de estancar a hemorragia, mas ainda assim seu quadro clínico permaneceu “muito grave”. E por este motivo ele foi mantido sedado.

Por volta de 3h, ele não resistiu e morreu. Em conversa com a família, os médicos disseram que o jogador chegou a tomar mais de 10 bolsas de sangue, para repor a perda provocada pela hemorragia, mas que nem isto foi suficiente para reverter o quadro grave que se instalou.

Confirmado o óbito, a Prefeitura de Natal informou à família que vai providenciar o traslado e o velório do ex-jogador. A promessa é que ele seja homenageado em sua terra antes de ser enterrado.

Marinho Chagas, ex-lateral do Botafogo
(Foto: Divulgação/Botafogo)
Relembre a trajetória do jogador


Marinho Chagas nasceu em Natal, capital do Rio Grande do Norte, em 1952. Começou a jogar futebol pelo ABC, onde foi campeão potiguar de 1970, e ao longo da carreira também registrou uma passagem pelo arquirrival América-RN. É idolatrado em sua terra natal e um mês antes de sua morte foi homenageado com uma estátua de sete metros de altura, feita em sua homenagem pelo artista plástico Guaraci Gabriel. Antes, em fevereiro, já tinha sido homenageado com uma marchinha de carnaval, ao ser homenageado pelo bloco Jegue Empacado.

Apesar de toda a fama que tem em sua terra, Marinho brilhou mesmo foi no Rio de Janeiro, onde foi ídolo pelo Botafogo. Lateral-esquerdo tal qual Nilton Santos, ele foi o dono da posição no Glorioso entre 1972 e 1977. E muito por isso considerado o sucessor da Enciclopédia do Futebol.

Título, inclusive, que muito honrava Marinho. Quando Nilton Santos morreu em novembro de 2013, o potiguar se disse "muito abalado" com a perda e resumiu de forma impactante o que sentia pelo bicampeão mundial:

Figurar entre os melhores jogadores da história do Botafogo é uma honra enorme, pois este foi o único clube em que o meu maior ídolo jogou".

Marinho Chagas, se referindo a Nilton Santos

- Figurar entre os melhores jogadores da história do Botafogo é uma honra enorme, pois este foi o único clube em que o meu maior ídolo jogou.

Ele também se orgulhava de sua estreia pelo Botafogo, justamente contra o Santos de Pelé. E dizia que logo no primeiro lance roubou a bola do Pelé e deu um lençol nele. No seguinte, tocou entre as pernas do Rei.

Jogou a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha, em que o Brasil terminou na quarta colocação, após perder da Holanda na disputa por uma vaga na final e da Polônia na decisão de 3º lugar. Mas mesmo com a eliminação, Marinho Chagas acabou sendo eleito o melhor lateral-esquerdo daquele Mundial.

Quando deixou o Alvinegro, em 1977, se transferiu para o Fluminense, onde jogou por uma temporada. Mas, curiosamente, não ganhou nenhum título de destaque por equipes cariocas.

O potiguar ainda teve a honra de jogar ao lado de Pelé de Carlos Alberto Torres, quando ele foi jogar no Cosmos dos Estados Unidos. No país, ainda jogou no Strikers.

Marinho Chagas na Copa do Mundo de 1974: cabeleiras lhe renderam apelido de Bruxa (Foto: Reprodução / FifaTV)

Quando voltou ao Brasil, foi para vestir a camisa do São Paulo. Brilhou na equipe paulista e conquistou em 1981 o título estadual pelo Tricolor. Antes de se aposentar, ainda jogou por Bangu, Fortaleza e Augsburg, da Alemanha.

Mais recentemente, vinha tendo problemas com o consumo de álcool, o que deixou sua saúde muito debilitada.

No ano passado, chegou a passar 10 dias internado na UTI de um hospital de Natal, entre a vida e a morte, justamente por causa de uma hemorragia digestiva. Na época, ele prometeu parar de beber para estar vivo na Copa do Mundo do Brasil, que começa daqui a 11 dias.

Ao longo desta última semana, contudo, estava bem. Nos dias que antecederam o evento, deu entrevistas, falou sobre Copa do Mundo e sobre o Botafogo, seu clube do coração.

Por Phelipe Caldas e Márcio Mará João Pessoa e Rio de Janeiro