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sábado, 16 de agosto de 2014

"Lutador e guerreiro", Ferreyra tenta recuperar espaço perdido no Botafogo


Vagner Mancini acena com possibilidade de dar nova chance a atacante que disputou somente três partidas neste Campeonato Brasileiro



Ferreyra em treino do Botafogo: Tanque busca retomar
espaço nos titulares (Foto: Vitor Silva / SS Press)
Juan Carlos Ferreyra chegou em janeiro para dar ao Botafogo uma cara de Libertadores. O centroavante não tem a técnica como virtude, mas poderia compensar com força física, espírito de luta e presença na área para aproveitar as bolas aéreas. Com o fim da campanha alvinegra na competição internacional, o atacante argentino passou a ser pouco utilizado por Vagner Mancini. Uma nova oportunidade pode surgir no clássico contra o Fluminense, neste domingo, dando a chance ao Taque de voltar a ser uma das primeiras escolhas do treinador.

Se ainda é um dos principais goleadores do Botafogo na temporada, com 14 jogos e cinco gols, Tanque Ferreyra tem números bem modestos no Campeonato Brasileiro. Foram somente três partidas disputadas, sendo que duas como titular, e nenhum gol marcado em apenas três finalizações. Além disso, ficou no banco em quatro jogos sem ter sido utilizado. O treinador, entretanto, espera que a história seja diferente.

- O Ferreyra me dá a possibilidade do jogo áereo. Embora não tenha uma técnica refinada, é um lutador, um guerreiro, que pode servir de apoio para quem chega de trás. Ele teve altos e baixos no Botafogo, mas sempre brigando por espaço. Não tem entrado nos jogos pela maneira como a equipe vem jogando, mas pode aparecer - explicou Mancini, que ainda não confirmou a escalação do Alvinegro na partida deste domingo, em Brasília.

Titular absoluto do ataque, Emerson Sheik vai cumprir suspensão no clássico, enquanto Rogério corre o risco de perder a posição. Wallyson fica no banco de reservas e Zeballos tem boas chances de ser escalado, possivelmente reeditando com Ferreyra a dupla que atuou no Olimpia, do Paraguai.

- Ainda estou mexendo nas peças do Botafogo e tentando achar a melhor formação. Isso serve para o Ferreyra e para os outros atletas. Quem se destacar no momento certo vai ser escolhido - explicou Vagner Mancini.

Por Gustavo RotsteinRio de Janeiro/GE

Botafogo faz rachão pré-clássico com desfalques


Carlos Alberto deve voltar somente contra a Chapecoense. Wallyson é vetado contra o Fluminense



O Botafogo realizou na manhã deste sábado seu último treino antes da viagem para Brasília, local do clássico contra o Fluminense. A atividade recreativa realizada no campo anexo do Engenhão teve os desfalques de Lucas, Carlos Alberto e Emerson Sheik. Nenhum dos três vai disputar a partida deste domingo, no Estádio Mané Garrincha. Outra ausência será o atacante Wallyson, que sente dores musculares.

Zeballos participa de rachão no Botafogo (Foto: Gustavo Rotstein)

Um exame realizado na última quarta-feira apontou uma lesão num dos ligamentos no tornozelo direito de Carlos Alberto. O jogador permanece em tratamento e dificilmente terá condição de enfrentar o Figueirense, na próxima quarta-feira. O mais provável é que seja preparado para o jogo contra a Chapecoense, dia 23 no Maracanã.

Lucas foi vetado por causa de uma forte gripe, e Emerson Sheik cumpre suspensão automática. Ele não foi a campo neste sábado e vai se juntar à delegação em Florianópolis para enfrentar o Figueirense. O mesmo em relação a Dória, que levou o terceiro cartão amarelo na última rodada e não joga contra o Fluminense.

Depois do clássico deste domingo o Botafogo permanece em Brasília, onde faz uma atividade na segunda. À noite a delegação viaja para Florianópolis, retornando ao Rio de Janeiro somente na próxima quinta-feira.

Por Gustavo RotsteinRio de Janeiro/GE

Mancini agradece ajuda e prevê que pior passou: "Botafogo voltou a sorrir"


Técnico fala que envolvimento com questão financeira aumentou sua identificação com o clube: "Parece que estou aqui há dois anos"




Mancini sorri em conversa com jogadores: ambiente melhor
 após ajuda de torcedores (Foto: Vitor Silva / SSPress)
No início da tarde da última quarta-feira, Vagner Mancini esteve reunido com integrantes de sua comissão técnica e alguns jogadores para um compromisso que nada a tinha ver com plano tático ou até mesmo análise de uma possível contratação. O encontro era com representantes de torcedores que se dispuseram a salvar o ambiente do Botafogo contribuindo financeiramente para o pagamento de parte dos salários devidos pelo clube. Ao chegar ao Engenhão naquele mesmo dia, convocou um encontro de todo o grupo para comunicar a boa notícia. Quase que de forma imediata, viu o clima modificar. No lugar do semblante de desânimo, observou olhares de esperança e, portanto, motivação. Sentiu que, a partir daquele momento, seu trabalho ganhou nova perspectiva.

Obrigado diariamente a tratar de assuntos que passam longe do campo, Mancini está cada vez mais inserido no contexto do Botafogo. Tanto é que, em entrevista ao GloboEsporte.com, admitiu que as dificuldades o fizeram sentir-se muito identificado, a ponto de projetar uma longa passagem pelo clube.

GloboEsporte.com - O que se diz nos bastidores é que houve uma mudança de ambiente quase que imediata quando os jogadores foram comunicados da ajuda financeira de um grupo de torcedores. Como isso ocorreu?

Vagner Mancini - Realmente houve uma mudança, porque todo mundo esperava uma luz no fim do túnel, e isso aconteceu nesta semana. Então é óbvio que agora temos um ambiente mais leve e a esperança de que tudo se resolva rapidamente. É importante quando se vê um ambiente com as pessoas sorrindo, felizes. Nós não tínhamos isso, embora sempre tenha existido muita amizade entre jogadores, comissão técnica e funcionários. Existia em alguns momentos uma falta de concentração, e tínhamos que ter sensibilidade para entender isso e às vezes alterar o que havia sido planejado. Hoje existe uma mudança que ainda não é a ideal. O ambiente do Botafogo vai ficar mais leve quando as vitórias começarem a aparecer e a confiança voltar para todos. Nesta semana tivemos uma alteração bem grande e que está fazendo bem a nós.

São pessoas que não fazem parte da diretoria, mas que fazem parte da história do Botafogo. Pessoas que se incomodaram com a situação e quiseram ajudar. É um momento de aflição, pesado e difícil na história do clube, que vem derrapando na parte financeira nos últimos anos. Ficamos felizes porque sabemos que existem pessoas que observam isso

Mancini, sobre a ajuda financeira de torcedores alvinegros ao clube

E como foi ver o reflexo disso no dia a dia de trabalho a partir do momento em que você comunicou a novidade aos jogadores no vestiário?

Foi uma sensação maravilhosa, pois pude dar uma notícia que todos queriam. Óbvio que mudar uma situação que vem de quatro, cinco meses não vai ser num dia. É necessário um tempo para que o grupo absorva e para que isso possa ir encobrindo os problemas que os salários atrasados causaram. É importante dizer que todos que fazem parte do grupo estão mais leves porque sabem que a solução está por chegar. O sorriso voltou ao Botafogo, e uma sequência de vitórias vai fazer com que a gente volte ao nosso normal.

Como é para um treinador ter que se envolver em questões que fogem completamente de suas funções habituais, como no caso dessa reunião?

O futebol brasileiro, pela falta de planejamento e estrutura, acaba te dando a condição de fazer coisas que fogem à sua alçada. Foi uma reunião de emergência, e nós agradecemos imensamente a todas essas pessoas que têm se preocupado, porque sem o auxílio deles seria muito difícil. O Botafogo talvez entrasse em colapso. Mas é óbvio que é diferente daquilo que um treinador deveria fazer. Alguns atletas também estavam ali sentados num ambiente que não era para eles. A gente tenta se adaptar.

Estou aqui há quase cinco meses e meu envolvimento é tamanho que parece que estou aqui há dois anos. Em poucos clubes criei tanta identificação tão rapidamente. Espero que isso signifique um longo tempo no Botafogo. Claro que estamos num período de turbulência, mas espero que sol volte a brilhar, como há mostras de que isso vai acontecer. O trabalho é para que o Botafogo possa subir na classificação e tenha um fim de ano maravilhoso

Vagner Mancini

O episódio o fez de alguma forma enxergar o Botafogo sob uma nova perspectiva e observar o tamanho do clube por conta dessa mobilização?

É impressionante. São pessoas que não fazem parte da diretoria, mas que fazem parte da história do Botafogo. Pessoas que se incomodaram com a situação e quiseram ajudar. Muitas vezes isso não acontece fora do futebol porque é um esporte dotado de paixão, e o apaixonado pelo futebol acaba passando dos limites do carinho pela instituição. Eu sabia que o Botafogo tinha gente por trás, assim como ocorre em outros clubes. É um momento de aflição, pesado e difícil na história do clube, que vem derrapando na parte financeira nos últimos anos. Ficamos felizes porque sabemos que existem pessoas que observam isso. Seria importante que os apaixonados pelos seus clubes enxergassem neles uma estrutura capaz e um planejamento decente. Um caminho mais profissional para que no futuro não voltemos a falar sobre isso. Treinador e atleta têm que falar de campo e jogo.

Seu alto grau de envolvimento em toda essa questão de atraso de salários o fez sentir uma identificação maior com o Botafogo?

Obviamente que acaba havendo esse sentimento. Estou aqui há quase cinco meses e meu envolvimento é tamanho que parece que estou aqui há dois anos. Em poucos clubes criei tanta identificação tão rapidamente. Espero que isso signifique um longo tempo no Botafogo. Claro que estamos num período de turbulência, mas espero que sol volte a brilhar, como há mostras de que isso vai acontecer. O trabalho é para que o Botafogo possa subir na classificação e tenha um fim de ano maravilhoso.

Por Gustavo Rotstein*Rio de Janeiro/GE

Montenegro diz que dinheiro para pagar atrasados é doação: 'Por amor ao Botafogo'


Ex-presidente faz parte do grupo de torcedores que decidiram ajudar o time até o fim do ano



Jogadores foram avisados nesta semana da ajuda
deste grupo (Foto: Wagner Meier/LANCE!Press)
Carlos Augusto Montenegro, ex-presidente do Botafogo, faz parte do grupo de torcedores que está ajudando a quitar os salários atrasados do time alvinegro. Em contato com o LANCE!Net, ele explicou como surgiu essa iniciativa e que todo o montante para auxílio dos atletas será doação e não haverá nada em troca por isso.

– Já havia falado na última reunião do Conselho que iria buscar pessoas para ajudar o Botafogo, pois o clube não tem mais receita alguma para entrar até o fim do ano. Procurei pessoas que queriam ajudar o Botafogo, mas sem nada em troca – disse Montenegro.

O LANCE!Net publicou nesta sexta-feira que torcedores, que já ajudaram o Botafogo em anos anteriores recebendo como garantia de empréstimos financeiros parte de direitos econômicos de jogadores, estariam nesse grupo que vai prestar apoio ao time. E com uma operação parecida a desses casos recentes, como apurado junto a algumas fontes ligadas ao clube. Montenegro, porém, garante que todo o dinheiro será doado.

– Não são investidores. São torcedores que vão doar esse dinheiro, não emprestar. São todos torcedores apaixonados. Muita gente não ajudou anteriormente – declarou Montenegro, acrescentando que o motivo de o grupo não querer "aparecer" é para tirar do noticiário assuntos ligados a problemas financeiros, algo que foi até combinado com os jogadores em reunião nesta semana:

– Falamos com os jogadores, combinamos tentar tirar isso do noticiário. É ano eleitoral, todo mundo já está muito humilhado. Não é para dizer: "Fulano de tal está doando, é herói". Não queremos isso. Estamos fazendo isso por amor ao Botafogo.

Os jogadores foram informados de que teriam ajuda desse grupo de torcedores na quarta-feira, quando o clima no clube estava insustentável. No dia anterior, o time havia tomado conhecimento de que seis atletas do grupo simplesmente não receberiam salário, pois o montante de R$ 2,5 milhões desbloqueado pelo Sindeclubes não seria suficiente para cobrir toda a folha.

A expectativa é de que esse grupo de botafoguenses auxilie a quitar todos os salários e direitos de imagem do time até o fim da temporada e não deixe mais que novos vencimentos atrasem até dezembro.

Atualmente, o time está com dois meses de salário na carteira atrasados e seis de direito de imagem.

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