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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Bota pede a chineses e tem até 31 de dezembro para quitar caso Elkeson



Alvinegro ganha extensão de prazo para pagar os cerca de R$ 600 mil restantes do mecanismo de solidariedade de transferência de jogador para o Guangzhou



Caso Elkeson pode estar perto de seu desfecho
 (Foto: Reprodução / Facebook)
O Botafogo conseguiu um alívio para evitar a perda de seis pontos no Campeonato Brasileiro. O clube chegou a um acordo com o Guangzhou Evergrande, da China, para estender até 31 de dezembro o prazo para pagar os cerca de R$ 600 mil restantes do valor relativo à transferência de Elkeson, em 2012.

Depois de sofrer uma ação do Vitória, clube formador de Elkeson, o Guangzhou acionou a Fifa pelo fato de o Botafogo não ter feito o repasse do mecanismo de solidariedade do jogador. Dessa forma, o Alvinegro passou a ser alvo da Fifa, que estipulou a data de 14 de novembro como prazo para que a dívida fosse quitada. Caso contrário, o Botafogo perderia seis pontos na competição que estivesse disputando. Na ocasião, por meio de empréstimo de um torcedor, o Alvinegro conseguiu pagar R$ 150 mil.

Como não conseguiu arrecadar o restante do dinheiro, o Botafogo entrou em contato direto com o Guangzhou solicitando uma extensão do prazo e fazendo o pedido para que os chineses não acionassem novamente a Fifa. Então, o atual clube de Elkeson concordou em aceitar o restante do pagamento até 31 de dezembro. Posteriormente o valor será repassado ao Vitória.

Caso não faça o pagamento até o último dia de 2014, o Botafogo deverá iniciar o Brasileiro do ano que vem - Série A ou Série B - com menos seis pontos.

Por Gustavo RotsteinRio de Janeiro

Botafogo pediu troca de intermediários um mês depois de receber recursos


Empresários desmentem versão do clube e nega que tenha intermediado empréstimo. Caso teve dinheiro devolvido e agora será investigado pela nova gestão alvinegra


O estranho caso da comissão que o Botafogo pagou por um empréstimo no fim do mandato de Maurício Assumpção ganhou um novo capítulo sem explicação. O Globoesporte.com apurou nesta quinta-feira que o trio de empresários paulistas que, em outubro, emprestou R$ 3 milhões recebeu do clube um pedido de troca de intermediários - um mês após a quantia ser transferida para o primeiro "comissionado", o advogado carioca César Reis.

No sábado, dia 15 de novembro, quase um mês depois de os recursos serem transferidos e de ter enviado o contrato original, o Botafogo pediu aos empresários Thiago Ferro, Marcus Sanches e Fernando Garcia que trocassem o intermediário da transação. O clube enviou aos empresários um novo contrato, substituindo César Reis pela advogada Michelle Cristina Gusman Barreto, também carioca.

Parte do contrato que mostra o pedido de mudança de intermediário no empréstimo ao Botafogo (Foto: Reprodução )

Parte do contrato que mostra o pedido de mudança de intermediário no empréstimo ao Botafogo (Foto: Reprodução )

Mais de um mês depois de receber R$ 300 mil em sua conta, César Reis devolveu o dinheiro para o empresário Marcus Sanchez, que prontamente o repassou para Michele Gusman, a nova intermediária apontada pelo clube. Procurados pela reportagem em São Paulo, os empresários não quiseram dar entrevistas. Mas informaram por meio de assessoria de imprensa que desconhecem Michele Gusman – assim como desconheciam César Reis – e que só cumpriram nos dois contratos o que o Botafogo indicou.

Em entrevista gravada pelo reportagem no dia 13 de novembro, Reis admitiu ter recebido os R$ 300 mil e repassado a empresas indicadas por Sidnei Loureiro, ex-gerente do clube. O GloboEsporte.com teve acesso ao novo contrato – que traz Michele Gusman como intermediária – e verificou que ele não apenas traz cláusulas idênticas ao anterior, como desmente a versão dada pelo Botafogo no dia 22, segundo a qual a indicação do intermediário havia sido do empresário Thiago Ferro. A única diferença entre os documentos é o nome do intermediário. A cláusula 1.2.2. do contrato é clara:

– A indicação das contas bancárias e determinação de crédito na conta de terceiro é de responsabilidade do BFR, tendo sido uma determinação expressa do BFR, sem qualquer interferência de MARCUS, que apenas efetuará os créditos nas contas indicadas.

Primeiro contrato, ainda com Cesar Reis como intermediário do empréstimo (Foto: Infoesporte)

Nas cláusulas anteriores, o contrato determina que o Botafogo deve receber R$ 2,7 milhões, e Michele, os outros R$ 300 mil, a serem depositados numa conta poupança no Banco do Brasil. Os empresários acrescentaram que foram surpreendidos no dia 15 de novembro, quando o clube pediu não apenas a modificação do contrato – que já havia sido enviado a eles com o nome de César Reis –, como também a devolução e nova transferência – mais de um mês depois da transferência inicial.

Nesta quinta-feira, a nova diretoria do clube informou que foi procurada por Sidnei Loureiro, e este disse que ocorrera um mal-entendido que seria esclarecido. O Conselho Fiscal do clube já informou que pedirá todos os esclarecimentos e documentos aos envolvidos no caso.

CRONOLOGIA

01/09 – O presidente do Botafogo assina um contrato de empréstimo com o trio de empresários de São Paulo em que indica o advogado carioca César Reis como intermediário.

13/10 – Marcus Sanchez transfere R$ 300 mil para a conta de César Reis na Caixa Econômica Federal.

17/10 – Marcus Sanchez transfere R$ 2,7 milhões para a conta da Companhia Botafogo.

13/11 – O GloboEsporte.com tem acesso ao contrato e questiona César Reis, que diz ter recebido o dinheiro a pedido de Sidnei Loureiro – e depois o repassou para três empresas apontadas por este último.

15/11 – O clube entra em contato com os empresários paulistas pedindo a troca de intermediários no contrato.

18/11 – César Reis devolve R$ 300 mil para Marcus Sanchez

22/11 – O Botafogo informa ao GloboEsporte.com que não conhece César Reis e que não tem contrato assinado por ele. Diz também que o responsável pela intermediação é o empresário Thiago Ferro. Sidnei Loureiro diz que César Reis se confundiu na entrevista falando de "outro negócio" em que esteve envolvido. A assessoria dos empresários informa que a intermediação no negócio ocorreu a pedido do Botafogo.

24/11 – Questionado em reunião no Conselho Fiscal, o diretor financeiro do Botafogo diz que só há um contrato no clube, e nele consta o nome de César Reis.

27/11 – Os empresários informam, novamente através de assessoria, que a intermediação ocorreu a pedido do Botafogo.

Por Martin Fernandez e Vicente SedaRio de Janeiro e São Paulo

Jefferson indica permanência no Bota e exalta clima: "Ambiente diferente"


Goleiro diz que ainda é cedo para falar em 2015 e destaca otimismo do grupo após chegada de nova diretoria




O desentendimento entre Yuri Mamute e Gegê no treino poderia indicar um ambiente pesado por conta da séria ameaça de rebaixamento. Mas ao conceder entrevista coletiva à imprensa, no início da tarde desta quinta-feira, Jefferson usou algumas vezes a palavra leve e confiante para definir o clima após a primeira visita da nova diretoria. O semblante do goleiro também mudou. Ao contrário da clara insatisfação, ele sorriu algumas vezes e adotou um discurso de otimismo em relação à sua permanência em 2015.

Jefferson está otimista para seguir no clube em 2015 e elogiou o ambiente leve no clube (Foto: Vitor Silva / SSPress)
Jefferson não escondeu que acompanhou com ansiedade as eleições presidenciais da última terça-feira. A vitória do grupo encabeçado por Carlos Eduardo Pereira pode ter sido a senha para a permanência do goleiro na próxima temporada. Haverá, claro, uma renegociação de salário e uma tentativa de composição da dívida com o jogador, que está perto dos R$ 2 milhões. Mas para o camisa 1, o que mais importa no momento é acreditar que a mudança será para melhor.

- Estou muito ligado ao Botafogo e fiquei ansioso com o que poderia acontecer no dia 25. Hoje estão todos esperançosos e otimistas, com um semblante diferente, um ambiente diferente. Claro que não vai ser em uma ou duas semanas que vai resolver o que aconteceu no ano todo. Mas o grupo já está bem solto e sabendo que o foco precisa estar nos dois últimos jogos.

Nas rápidas conversas que teve com integrantes da nova diretoria, Jefferson mostrou estar disposto a ficar no Botafogo, embora tenha recebido sondagens de clubes como Palmeiras e São Paulo. O goleiro deixou claro que o provável rebaixamento não terá influência sobre seu futuro no clube, mas avisou que a discussão sobre 2015 terá início somente ao fim da atual temporada.

- O Botafogo na Série B tem muito mais visibilidade e reconhecimento do que muitos clubes que estão na Série A. Eu disse que daria prioridade para escutar o novo presidente, saber dos planos de carreira e sobre o que ele pensa para o Botafogo. O primeiro encontro foi bom, mas não é o momento de falar de permanência. Ninguém aqui está pensando nisso. O foco é nos dois jogos que faltam. Enquanto há chance, há esperança.

Por Gustavo RotsteinRio de Janeiro

Com Jobson e sob olhares da nova diretoria, Botafogo treina no Engenhão

Integrantes da chapa que venceu o pleito da última terça-feira se apresentaram ao elenco em treino no Engenhão. Após se ausentar na quarta, Jobson treinou normalmente





Nova diretoria acompanha treino do Botafogo (Foto: Matheus Babo)
Gotardo conversa com Mantuano
(Foto: Matheus Babo)
O treino do Botafogo desta quinta-feira, no campo anexo do Engenhão, foi marcado pela apresentação de integrantes da nova diretoria aos jogadores do Glorioso. O vice de futebol Antônio Carlos Mantuano, o vice geral Nelson Mujarrej e o vice de comunicação Márcio Parilha foram alguns que estiveram em reunião com os jogadores. Gotardo, diretor de futebol do clube, foi quem fez as apresentações.

Depois de não treinar na quarta-feira, Jobson se apresentou e participou da atividade física comandada por Vagner Mancini. A presença do atacante, no entanto, era dúvida. Já que Jobson iria ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, que nesta quinta analisaria a punição imposta pela Federação Saudita de Futebol, que o acusou de ter se recusado a fazer exame antidoping. Mas o caso foi retirado da pauta.

O técnico Vagner Mancini foi absolvido por expulsão contra o Cruzeiro. O lateral Júnior César pegou um jogo, mas já cumpriu a suspensão automática.

O Botafogo volta a campo no domingo, contra o Santos, na Vila Belmiro, em partida válida pela 37ª rodada do Brasileirão.


Matheus Babo/RADAR - LANCENET! 

Diretoria já pensa 2015 com Mancini "sem clima" e Jefferson disposto a ficar


Novos comandantes ainda cogitam permanência de Wilson Gottardo, mas nome de Isaías Tinoco é falado em General. Goleiro teria sondagens de Palmeiras e São Paulo





Jefferson é o grande ídolo do Botafogo na atualidade
(Foto: Gustavo Rotstein/Globoesporte.com)
Com mensagens por meio de um aplicativo de celular enviadas minutos depois da divulgação do resultado oficial, Jefferson parabenizou alguns dos integrantes da Chapa Ouro pela vitória nas eleições presidenciais. Na manhã da última quarta-feira, dois membros da nova diretoria foram ao Engenhão com o objetivo principal de conversar com o goleiro e saber de suas pretensões para 2015. Deixaram o estádio do Botafogo satisfeitos por ouvirem do goleiro o desejo de permanecer na próxima temporada, caso haja um acordo financeiro.

Na conversa, Jefferson deixou claro que uma vitória da Chapa Azul inviabilizaria sua permanência. O goleiro mostrou-se incomodado com a postura de Carlos Augusto Montenegro – homem forte do grupo que ficou em segundo lugar – que afirmou que a manutenção do capitão em 2015 era quase impossível por seu salário não ser compatível com a realidade financeira do Botafogo.

Para manter Jefferson, mesmo na Série B, o Botafogo terá de acertar algumas pendências financeiras. O goleiro atualmente ganha recebe salário de aproximadamente R$ 300 mil mensais e tem sondagens de São Paulo e Palmeiras. Além da dívida do Alvinegro, Jefferson está valorizado e, por isso, está previsto um reajuste salarial em 2015. Seu contrato com o clube vai até dezembro do ano que vem.

Os representantes da nova diretoria também conversaram com Vagner Mancini. Os comandantes do futebol já não tinham a intenção de mantê-lo na próxima temporada e ouviram do próprio treinador que “não tem clima” para seguir com a equipe em 2015. Tudo por conta dos diversos desgastes ao longo do ano, como negociação de salários atrasados, protestos dos jogadores, insatisfação de atletas e o provável rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Dessa forma, em breve irão em busca de um profissional para substituí-lo.

Em relação ao comando do futebol, a diretoria ainda começa a se estruturar para escolher seu executivo. O nome de Isaías Tinoco vem sendo falado em algumas reuniões, mas alguns não descartam a permanência de Wilson Gottardo. O ex-zagueiro, que chegou ao clube na metade do ano, tem contrato até o fim de 2015. Dessa forma, tem boas chances de ficar. Na opinião de alguns, ele vem trabalhando sob péssimas condições e merece mais uma chance na próxima temporada. Seja quem for o escolhido, trabalhará ao lado do gerente executivo Aníbal Rouxinol, convidado seguir no clube.

Por Gustavo RotsteinRio de Janeiro