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domingo, 26 de abril de 2015

Rafael Silva brilha no fim, e Vasco bate o Bota e leva vantagem para a decisão


Atacante de 24 anos vira heroi improvável e marca o gol da vitória aos 47 do segundo tempo. Alvinegro não faz boa partida e vê o beneficio dos dois empates ir embora



Uma decisão é sempre terreno fértil para o aparecimento de herois improváveis. Neste domingo, no primeiro jogo da final do Campeonato Carioca entre Botafogo e Vasco apareceu mais um destes que não apareciam sequer nas apostas de esquina. Aos 24 anos, o atacante Rafael Silva saiu do banco de reservas do Maracanã para aparecer sozinho aos 46 da etapa final e marcar o gol da vitória do Gigante da Colina por 1 a 0. Tento salvador que premiou os 70% de posse de bola do Gigante da Colina e pulverizou a vantagem do Botafogo na decisão do estadual.

As duas equipes voltam a se enfrentar no próximo domingo, às 16h, novamente no Maracanã. A vitória do Vasco acabou enterrando a vantagem do Botafogo de dois empates por ter feito a melhor campanha na fase de grupos. Com isso, basta ao Vasco um empate para ficar com o título do Carioca 2015. O Botafogo precisa de uma vitória simples para levar o jogo para os pênaltis. Porém, uma vitória por mais de um gol de diferença dá o caneco ao time alvinegro.

Vasco agora tem a vantagem do empate no segundo jogo da decisão (Foto: André Durão)
O JOGO

O Botafogo começou a partida em ritmo alucinante. Chegou com perigo ao gol logo na primeira investida e provocou uma confusão dentro da área do Vasco. Martín Silva teve que aparece providencialmente e salvar a cabeçada de Bill, que tinha endereço certo. Mas foi só. Em seguida, o Alvinegro não conseguiu sustentar o ímpeto e viu o Gigante da Colina crescer gradativamente e terminar a etapa inicial com 70% de posse de bola. Apesar do volume de jogo maior, o Vasco precisou de uma falha do sistema defensivo do Bota para chegar a melhor chance no primeiro tempo. Rodrigo fez ligação direta, e Giaretta, absoluto, errou o corte e deixou de garça para Julio dos Santos tentar por elevação e perder uma chance incrível. Marcinho também perdeu boa oportunidade após aproveitar cruzamento rasteiro de Madson.

O início da etapa final repetiu o roteiro do primeiro tempo. Inicialmente, Botafogo em cima e perdendo boa oportunidade. Desta vez com Bill aos 8 minutos frente a frente com Martín Silva. Entretanto, o gás do Botafogo confirmou durar pouco mais de dez minutos. O Vasco voltou a crescer na partida e assustou duas vezes em pouco tempo, ambos com Julio dos Santos: de cabeça e em chute de fora da área. Acuado e beneficiário dos dois empates, o Botafogo passou a apostar nos contragolpes rápidos. Em dois deles assustou. Na última delas, William Arão, que recebeu dentro da área, dominou e carimbou o travessão. Entretanto, o destino e a chancela de heroi estavam destinados a Rafael Silva, que entrou no segundo tempo. O atacante jogou no erro na defesa, viu a bola da cobrança de falta de Bernardo passar por todo mundo e só completou para o gol aos 46 minutos.

Por GloboEsporte.com Rio de Janeiro/GE

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Madson, Willian Arão, Christiano, Renan Fonseca, Lucas e Roger Carvalho são apenas parte dos nomes pouco conhecidos. Foi assim na base da aposta e da reconstrução que Botafogo e Vasco desbancaram os "favoritos" da dupla Fla-Flu para protagonizar a final dos clubes de menor folha salarial dentre os quatro grandes. E esse sucesso surpreendente será colocado à prova a partir deste domingo, quando eles se enfrentam no Maracanã, às 16h (de Brasília), no primeiro jogo da final do Campeonato Carioca.

Os rivais chegam à decisão após uma remontagem quase completa de seus elencos. Na virada do ano, o Alvinegro dispensou quase 20 atletas e contratou 13. Em São Januário, o Vasco renovou apenas um de 14 contratos encerrados, com 19 novos jogadores. Na administração dos clubes, novas diretorias - claro que nem tanto no caso de Eurico Miranda - tentando afastar a desconfiança dos dois times.

Gilberto e Bill são as maiores esperanças de gol de suas respectivas equipes (Foto: Montagem sobre foto da Ag. O Globo)
Com a vantagem de dois empates, o Botafogo, campeão da Taça Guanabara e time que mais tempo ficou na liderança da competição, sofreu um baque de última hora com a suspensão de Jobson em decisão da Fifa. Além de precisar reverter a vantagem, o Vasco tem um desafio: encerrar o jejum de 12 anos sem título estadual - mesmo período que ficou entre 1958 e 1970.

As semelhanças fora de campo serviram até de fator de união. Aliados da Ferj, Vasco e Botafogo têm folha do futebol inferior a R$ 3 milhões - quase metade da dos rivais Flamengo e Fluminense, que ficaram pelo caminho. Na falta de grana e sem patrocínio master - o time de São Januário aguarda confiante a renovação com a Caixa, mas usa a marca na camisa há meses de graça -, soluções criativas com patrocinadores pontuais, que as duas camisas estamparam durante todo o Carioca.

- Foi uma reconstrução. Houve troca de diretoria, muitos jogadores novos, comissão técnica nova, eu chegando. Juntos, estamos construindo degrau a degrau desse campeonato desse ano. Acredito que temos feito um bom trabalho. Nosso primeiro objetivo era conquistar o Carioca e estamos na final. Ainda faltam dois degraus, mas o trabalho está bom e a tendência é seguir nessa linha - disse o técnico Doriva, de 42 anos, uma das novidades do Vasco.

Campeão da Taça Guanabara contra a maior parte dos prognósticos, o Botafogo se permite almejar um objetivo ainda maior. Presente a oito das últimas 10 decisões do Campeonato Carioca, o Alvinegro ressalta a diferença de enfrentar um adversário mais experiente, enquanto tem um grupo formado por poucos atletas acostumados a decisões. Mesmo assim, se vê pronto para uma nova conquista.

- O Botafogo está preparado para ser campeão. Depois que ganhamos a Taça Guanabara nas condições que ganhamos, o time está preparado. Será difícil. Nós temos uma parada dura pela frente. O time do Vasco é um peso pesado - ressaltou o técnico René Simões.

Luis Antônio Silva dos Santos, o Índio, apita a partida, auxiliado por Wagner de Almeida Santos e Silbert Faria Sisquim. A TV Globo transmite o jogo para RJ, ES, TO, SE, PB, RN, PI, MA, PA, AM, RO, AC, RR, AP e DF, com narração de Luis Roberto e comentários Junior, Juninho Pernambucano e Arnaldo Cezar Coelho. No Premiere e no PFC HD, Luiz Carlos Júnior narra, e Roger Flores e Ricardo Rocha comentam. Após a partida, participe da cobertura comentando a atuação da equipe alvinegra ou cruz-maltina na página do seu clube de coração.




Vasco: com treinos fechados, Doriva deu poucas pistas sobre a escalação. A tendência é que o time tenha apenas uma mudança em relação ao que eliminou o Flamengo no fim de semana passado: Dagoberto na vaga de Rafael Silva. A provável escalação é Martín Silva, Madson, Luan, Rodrigo, Christiano; Serginho, Guiñazu, Julio dos Santos e Marcinho; Dagoberto (Rafael Silva) e Gilberto.

Botafogo: René Simões adotou estratégia diferente do rival e fechou à imprensa somente a primeira parte do treino do último sábado. Bill se recuperou de problema no tornozelo e joga. No meio-campo, Gegê é o mais cotado a ganhar uma oportunidade. O Botafogo deve iniciar com a seguinte formação: Renan, Gilberto, Renan Fonseca, Diego Giaretta e Carleto; Marcelo Mattos, Willian Arão, Fernandes e Gegê; Rodrigo Pimpão e Bill.



Vasco: Jean Patrick, que saiu da lista do Carioca pela lesão grave no tornozelo, e Nei.

Botafogo: Jefferson, Roger Carvalho, Luis Ricardo e Elvis se recuperam de lesões. Jobson está suspenso preventivamente, acusado de se recusar a fazer exame antidoping na Arábia Saudita, em 2014.




Vasco: Gilberto.

Botafogo: Ninguém.

Por GloboEsporte.com Rio de Janeiro/GE