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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Neilton participa de coletivo na reserva e pode ser opção contra a Cabofriense


Recuperado de lesão, atacante está cada vez mais perto de voltar a jogar no Bota. Ricardo Gomes mantém trinca de volantes e zaga com Renan Fonseca e Emerson




Ao que tudo indica, Neilton está perto de voltar a jogar pelo Botafogo e estrear em 2016. O atacante, que completou 22 anos na última quarta-feira, participou normalmente de um coletivo em campo reduzido na tarde desta quinta, em General Severiano, e pode ser relacionado para o jogo deste domingo, contra a Cabofriense. Ele compôs a dupla de ataque reserva ao lado de Ribamar e marcou um gol, . Rodrigo Lindoso também balançou a rede para os titulares, e a atividade terminou com placar de 1 a 1.

Neilton tem participado normalmente dos treinos do Botafogo (Foto: Vítor Silva/SSPress/Botafogo)


Ricardo Gomes manteve no time a trinca de volantes com Airton, Bruno Silva e Lindoso, além da dupla de zaga Renan Fonseca e Emerson. Mas no decorrer do treino testou mudanças, como por exemplo: Diego na lateral direita no lugar de Luis Ricardo; e Lucas Zen, Leandrinho e Marcinho no meio de campo, nas vagas de Bruno Silva, Gegê e Gervasio "Yaca" Núñez, respectivamente. O gol de Lindoso saiu após confusão na área, o volante pegou a sobra e chutou de primeira. Já o empate foi em jogada do próprio Neilton pelo meio, ele tabelou com Salgueiro e bateu na saída de Jefferson.


Recuperado de uma lesão na coxa esquerda e de um desequilíbrio muscular, o atacante vem se tratando desde a pré-temporada e ainda não jogou em 2016 - sua última partida foi contra o América-MG, dia 28 de novembro. O atacante vem trabalhando diariamente a parte física para evitar novas lesões ao longo do ano e até sonha com uma vaga nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.


Líder do Grupo B do Campeonato Carioca com 12 pontos, o Botafogo volta a campo neste domingo, às 17h (de Brasília), contra a Cabofriense, em São Januário. O time de Ricardo Gomes deve ir a campo com Jefferson, Luis Ricardo, Renan Fonseca, Emerson e Diogo Barbosa; Airton, Bruno Silva, Lindoso, Gegê e Yaca; Luís Henrique.


Por Thiago Lima/Rio de Janeiro/GE

Essência alvinegra: Botafogo retoma tradição e tem 16 da base no elenco


Capitaneada pela joia Luís Henrique, grupo representa 57% do plantel profissional. "Uma conjunção de política com necessidade", explica coordenador geral da base





Na ordem: Saulo, Diego, Octávio, Emerson Santos,
 Marcinho, Igor Rabello, Jean, Matheus Fernandes,
 Leandrinho, Ribamar, Lucas Zen, Diérson, Fernandes,
 Gegê, Luis Henrique e Sassá (Foto: Infoesporte)

A chegada de quatro jogadores estrangeiros pode até enganar, mas este início de temporada no Botafogo é mesmo dos jogadores formados nas categorias de base do clube. São ao todo 16 nomes integrando o elenco principal atualmente. Nada menos que 57% do total do plantel, a maior proporção em um início de temporada nesta década no Alvinegro. Mais do que uma casualidade de "safra", o número é fruto de uma política de valorização de pratas da casa aliada à crise financeira atual, que impede o Botafogo de fazer grandes investimentos em nomes badalados. Ademais, retoma uma antiga tradição do Alvinegro de formar jogadores, muito presente nas primeiras décadas da segunda metade do século passado.


E a política tem dado certo, alimentando inclusive a equipe titular. Luís Henrique é o grande astro do grupo vindo da base. Com apenas 17 anos e uma multa rescisória de R$ 60 milhões, o atacante é atualmente o maior ativo do clube entre os jogadores formados no Botafogo. Além dele, outros dois estão na equipe hoje considerada titular: Emerson Santos e Gegê. A proporção de jovens formados na base no time inicial fica em 27%.


Além destes, outros nomes são utilizados com frequência por Ricardo Gomes, que, ao lado do gerente de futebol Antônio Lopes, acompanhou de perto os jogos da Copa do Brasil Sub-20 em 2015. Diego, Leandrinho, Ribamar, Lucas Zen, Diérson, Fernandes e Sassá são peças que estão sendo continuamente utilizadas nas partidas do Botafogo.


- É a conjunção de uma política com necessidade. É uma das saídas para a crise financeira. Pensamos que é melhor investir em um atleta da base ao invés de procurar um jogador de fora. E ainda tem a identificação do garoto com o Botafogo. É importante o aproveitamento destes atletas. Porém, é preciso saber que há um período de adaptação para este jogador. Tem que ter cautela para não "queimar" um garoto desses. Agora, sem dúvida que essa é uma filosofia atualmente no Botafogo - explicou o coordenador da base, Manoel Renha.


Reforço no caixa: R$ 47,8 mi nos últimos cinco anos

Além do benefício técnico na equipe principal, a formação de jogadores na base oferece uma outra vantagem: as vendas. Nos últimos cinco anos, o Botafogo lucrou R$ 47,8 milhões com negociações de destaques da base. A maior foi a transação de Vitinho para CSKA Moscou, que atingiu R$ 31 milhões. Porém, o Botafogo não teve direito ao total da verba, ficando com R$ 18,6 milhões. O maior lucro foi com Dória, vendido para o Olympique de Marselha por R$ 21 milhões - integralmente do Alvinegro. Neste caso, entretanto, o clube ainda luta para receber todo o dividendo. Neste intervalo, o Alvinegro também capitalizou com as saídas do volante Jadson (R$ 6,5 mi para a Udinese) e o lateral-esquerdo Gilberto (R$ 1,7 milhão para o Fiorentina).


- O trabalho de base tem sido excepcional. E nós estamos observando outros nomes nas categorias inferiores. A salvação dos clubes é esta: formar jogadores. Até, claro, para qualificar o elenco principal. O Botafogo tem trabalhado neste sentido - afirmou o vice-presidente de futebol do clube, Antônio Carlos Azeredo.

Luis Henrique é o astro do grupo da base: multa rescisória de R$ 60 milhões (Foto: Vitor Silva / SSPress)

Quatro ainda devem compor o sub-20

O alto número de atletas da base no elenco principal neste início de ano também é em função de um outro fator: o elenco enxuto na pré-temporada. A falta de jogadores para formatar o processo ideal de preparação "forçou" as subidas de Ribamar, Marcinho, Leandrinho e Matheus Fernandes. Mesmo com alguns deles sendo aproveitados no time principal neste início de temporada, o clube ainda pretende utilizá-los na categoria sub-20 ao longo deste ano.

Titular contra o Macaé, Ribamar ainda deve frequentar o sub-20 este ano (Foto: Vitor Silva / SSPress / Botafogo)


Experientes aprovam a política


Um reflexo direto de uma política de valorização da base é a diminuição da média de idade da equipe. Na vitória diante do Resende, no último sábado, a média de idade do time titular ficou em 25,6 anos. O mais jovem era Luís Henrique, com 17 anos. Dado que representa um desafio a mais para os jogadores com mais rodagem, que ficam com a missão de passar experiência para os garotos. Entretanto, nada que tire o sono dos medalhões da equipe. Pelo contrário.


- Eu cobro muito. Sempre pelo lado positivo, incentivando. Cobro, oriento. Às vezes, fico quase uma hora conversando com os goleiros da base. Falo para eles viverem intensamente o treinamento. E faço isso de coração. E todos estão ali porque provaram que têm qualidade - disse o capitão e ídolo Jefferson.


Um dos mais velhos do elenco, Luis Ricardo revela que pela primeira vez atua ao lado de tanto garotos. O lateral ainda afirma que a experiência é positiva e que ainda representa uma opção de caixa com vendas futuras.


- Ainda não havia vivido isso (jogar ao lado de tantos jovens da base). Isso é bom. Bom para o clube. Bom para nós, considerados experientes. Eu vejo que os clubes precisam fazer jogadores para dar projeção, vender. E aqui dentro tem valores. E a gente espera que ajudem o Botafogo. E por que não pensar em ter uma renda com estes jogadores? - analisou Luis Ricardo.


Por Chandy Teixeira/Rio de Janeiro, RJ/GE

Botafogo observa Marquinho, que não deve ficar no Macaé após o Carioca


Meia-atacante de 26 anos está no radar da diretoria alvinegra desde a Série B do ano passado e agradou em jogo do estadual. Contrato com time alvianil termina em maio







Responsável por um garimpo extenso no mercado sul-americano que lhe rendeu quatro contratações neste início de temporada, o Botafogo, agora, tem a possibilidade de buscar um reforço bem embaixo do seu nariz. O clube tem interesse em Marquinho, meia-atacante de 26 anos que tem contrato com o Macaé até maio, mas que provavelmente não ficará após o fim do Campeonato Carioca.


A diretoria alvinegra tem observado os passos do jogador e, inclusive, iniciou uma conversa com seus representantes. Tudo em caráter de consulta, por enquanto. Caso as tratativas avancem, a tendência é de que uma transferência seja realizada apenas após o estadual, de qualquer forma. O estafe do atleta foi procurado, mas preferiu não comentar o assunto.


Marquinho em ação na partida contra o Botafogo, no dia 10 de fevereiro (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


Jogador ligeiro e driblador, Marquinho está no radar do Botafogo desde a Série B do ano passado, na verdade. Na vitória por 4 a 2 do Macaé, em jogo válido pelo primeiro turno da competição, ele deu duas assistências e acabou sendo um dos destaques. A atuação dele no último encontro entre as equipes (Botafogo 1 x 0 Macaé, pela 3ª rodada do Carioca) também agradou à diretoria alvinegra. Na ocasião, ele chegou a acertar uma bola na trave. (Assista no vídeo acima)


A possibilidade de Marquinho não renovar com o Macaé ao fim do contrato não é nenhuma novidade. No fim do ano passado, o jogador se desentendeu com frequência com os dirigentes - principalmente com o presidente Mirinho. Seu empresário, inclusive, deu entrevista dizendo que ele só fica até maio.


Nascido em Macaé, Marquinho foi revelado pelo Serra Macaense e teve destaque em sua passagem pelo Quissamã, em 2012. Chegou ao Macaé em 2013 e foi protagonista no título da Série C do Brasileiro de 2014 e na disputa da Série B do ano passado - nessa última competição, marcou dois gols.



Por Tébaro Schmidt e Juan Andrade/Cabo Frio, RJ/GE

Por que clubes preferem ganhar menos com a Globo do que fechar com a Turner




Divulgação


Em meio às negociações que se iniciaram para vender os direitos de transmissão para TV fechada de 2019 a 2023, uma pergunta logo vem à tona sobre o assunto: por que um clube prefere receber R$ 60 milhões da Globo/Sportv a receber pelo menos R$ 550 milhões da Turner/Esporte Interativo pelo mesmo produto? Com os números em mãos, optar pela proposta da Turner parece ser uma decisão óbvia. Mas a equação que leva à escolha dos clubes é bem mais complexa do que apenas olhar a diferença robusta de valor.

SERÁ QUE VAI DAR CERTO?

A começar pelo "know-how". Os clubes que estão tentados a manter o acordo com a Globo já sabem com quem conversam, com quem negociam, em como seu produto será exposto e tem consciência de como sua marca será tratada pela emissora. No caso da Turner, há uma incógnita: terá o canal estrutura o suficiente para comportar o Brasileirão? Terá a empresa norte-americana a mesma qualidade de transmissão?

Contra isso, a Turner tenta mostrar toda a sua atuação nos Estados Unidos, com números de audiência e relatórios de publicidade, alegando que não é uma aventureira. A ideia é passar segurança para os clubes que fiquem tentados a dizer sim.

Há outro aspecto em que a Globo se envolve e que, pelo menos a princípio, a Turner não mencionou interesse em colocar a mão: logística. Quando faz os pacotes de viagens para seus funcionários, a emissora já repassa aos clubes todo o esquema para chegar e sair do local do jogo, a recomendação de hotel para ficar e o voo a se pegar. Em caso de falha, há quem responsabilizar.

MEDO DE RETALIAÇÃO

Por mais que fechem com a Turner no mercado fechado, boa parte dos clubes sabe que seu produto ainda é mais visível quando o jogo é transmitido na TV aberta. O Esporte Interativo, entretanto, ainda não pretende entrar na competição pelos direitos de transmissão desse mercado com a Globo.

Por isso, os clubes têm medo de sofrerem retaliação. Ao fechar com o Esporte Interativo e deixar o Sportv de lado, os times acreditam que poderiam sumir das grades de programação da Globo, deixando de ter sua marca exposta em horários nobres, como domingo à tarde e quarta-feira à noite. Isso seria ruim para o time e também para os parceiros e patrocinadores, que ligam o sinal de alerta antes de colocarem um caminhão de dinheiro para aparecer nos uniformes.

PAY-PER-VIEW E VISIBILIDADE RESTRITA

Não só na TV aberta, como mostrou o tópico acima, mas há algo que coloca uma pulga atrás da orelha em alguns clubes. Se poucos clubes fecharem com o Esporte Interativo, o canal poderia ficar com poucos jogos para transmitir. Isso significa que os mesmos times estariam na grade a todo momento, o que faria seus torcedores fugirem do pay-per-view, diminuindo rentabilidade em outra propriedade de marketing.

Aqui, vale destacar que o Esporte Interativo só poderá transmitir o jogo dos times que comprar o direito. Por exemplo, se fechar com Santos, Inter e Grêmio, poderia transmitir apenas a partida entre eles. Quando o Santos fosse jogar contra o Corinthians, por exemplo, a partida não poderia ser transmitida em nenhum outro canal fechado, uma vez que cada clube tem acordo com uma emissora diferente.

Além disso, o alcance do Esporte Interativo ainda é menor do que de outros canais. O Sportv, por exemplo, está em operadoras como a Vivo TV e a SKY, onde o Esporte Interativo ainda não tem previsão de entrada.

CONSERVADORISMO EM TEMPOS DE CRISE


Muitos investidores preferem fechar o bolso em tempos de crise. Aparentemente, o Esporte Interativo caminha em direção inversa, mas não aspira confiança nos clubes. Há o receio de que a promessa não seja cumprida e que tudo não passe de uma empolgação.

Na ótica dos clubes, em tempos difíceis, a empresa poderia não cumprir com tantos acordos e os deixaria em situação complicada frente a Globo e ao Sportv. Por isso, haveria uma série de garantias financeiras que seriam exigidas para que o negócio fosse firmado.

O Esporte Interativo já divulgou nota admitindo que oferece valores muito maiores e ainda destacou que espera que isso ajude os clubes a se desenvolverem e fortalecerem seu time, o que melhoraria o nível técnico do campeonato de forma geral.

 

Fonte: Danilo Lavieri, Eduardo Ohata, Pedro Lopes e Ricardo Perrone
Do UOL, em São Paulo