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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Bota incluirá planos VIP em programa de ST e projeta 30 mil sócios em 2016


Um mês após lançamento, clube vai começar a implementar novidades, como planos com 100% de desconto nos jogos. Para atingir projeção anual, faltam 17 mil adesões



Na última sexta-feira, o novo "Sou Botafogo" completou um mês de lançamento. Em número, os resultados do programa de sócio-torcedor do Botafogo, que aposta em preços mais populares e planos flexíveis, ainda não são expressivos: obteve cerca de 800 novas adesões, perdeu de 10% a 15% no processo de recadastramento e está atualmente com 13 mil sócios aproximadamente, dois mil a menos do que em relação ao ano passado. A diretoria por enquanto não atualizou seus dados no "Movimento Por Um Futebol Melhor", mas de acordo com informações do site a média alvinegra será a mais baixa entre os quatro grandes do estado: o Vasco tem 17.466; o Fluminense, 31.889; e o Flamengo, 60.604 (números colhidos na noite de domingo).

Torcida do Botafogo compareceu em grande número a São Januário contra o Vasco (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)

Vice-presidente de comunicação do Botafogo, Marcio Padilha vem fazendo um trabalho de convocação e auxílio nas redes sociais. Em sua conta pessoal no Twitter, o dirigente tira várias dúvidas de torcedores em relação ao programa e incentiva novas adesões: "Ontem à noite fechamos o dia com 387 novos STs. Hoje já estamos em 130. Será que vamos superar os 387?", escreveu no último dia 16. Ele admitiu que a diretoria tinha a expectativa de ter uma quantidade maior de inscrições neste primeiro mês, porém, entende os motivos e espera resolvê-los para alcançar a projeção de 30 mil sócios-torcedores em 2016. Faltam cerca de 17 mil.

Vamos ter um compromisso de, a cada um real gerado no programa, colocar mais 50 centavos. Ou seja, se tiver 20 mil sócios-torcedores que geram R$ 800 mil por mês, aí vão ter mais R$ 400 mil e vai dar R$ 1,2 milhão. Aí teríamos uma folha de R$ 4,2 milhões, não mais de três. E não é que o Botafogo vai estar pagando mais, a gente acha que cada real do sócio-torcedor ele acaba gerando mais 50 centavos de compras, despesas..."
Luis Fernando Santos,
vice executivo do Botafogo


- Com a mudança do nosso sistema, a gente teve que fazer coisas drásticas, tirar do ar para poder migrar de um sistema para o outro. Então precisava que todo mundo entrasse novamente no novo sistema e criasse uma nova senha e colocasse o número do cartão de crédito para continuar fazendo parte do programa. Isso gerou um impacto negativo um pouquinho na torcida, mas é algo que estamos resolvendo. (...) Nós esperávamos um pouquinho mais. Mas entendemos que o torcedor está desconfiado. (...) O torcedor reage muito ao momento do futebol. Nós temos plena confiança no Ricardo (Gomes, treinador), no grupo. Essa cobrança da mídia estava repercutindo muito na própria torcida, começou a acreditar que o time do Botafogo é muito inferior aos outros e isso gera um recuo, um certo receio, bronca... (...) A gente quer chegar a 30 mil até o final de 2016. Acho que, com nosso desempenho em campo, vamos provar para a torcida que merecemos o voto de confiança, e mais gente vai aderir.


O programa funciona com um plano básico, que leva o nome de "Botafogo no Coração", custa R$ 13,90 e oferece uma rede de descontos ofertados pelos parceiros. Todo novo sócio começa por ele, mas poderá adquirir outros benefícios a sua escolha no chamado "carrinho de compras". No momento, o único produto disponível no setor é para a aquisição de 50% de desconto nos ingressos para as partidas de mando de campo do Alvinegro. Mas para atrair mais público, o Botafogo se movimenta para implementar já nesta semana dois planos VIP que darão direito a acesso de graça aos estádios. Um irá custar de R$ 150 a R$ 170, e o outro, R$ 250. O mais caro dará ainda direito a brindes e experiências exclusivas, como entrar no ônibus dos jogadores, ir aos vestiários, acompanhar entrevistas coletivas no clube, entre outras coisas.


- Em função de alguns sócios mais incisivos, estamos criando dois pacotes novos com acesso ao jogo. A gente está chamando de VIP e Super VIP, ainda não foram batizados, mas seria alguma coisa desse tipo. É um plano que o torcedor vai colocar no carrinho dele, mas vai estar lá no regulamento que ele sabe que, se vender o jogo (outro local), ele pode até ir, agora passagem, estadia, alimentação... É por conta dele - explicou Padilha.

Imagem do programa Sou Botafogo (Foto: Divulgação)
A folha salarial do futebol do Botafogo atualmente é de R$ 3 milhões, uma estimativa de 25% do valor de outros grandes clubes do país. Para aumentar essa arrecadação, o clube adotou uma estratégia diretamente ligada ao número de adesões, como explica Luis Fernando Santos, vice-presidente executivo do Alvinegro.


- Vamos ter um compromisso de, a cada um real gerado no programa, colocar mais 50 centavos. Ou seja, se tiver 20 mil sócios-torcedores que geram R$ 800 mil por mês, aí vão ter mais R$ 400 mil e vai dar R$ 1,2 milhão. Aí teríamos uma folha de R$ 4,2 milhões, não mais de três. E não é que o Botafogo vai estar pagando mais, a gente acha que cada real do sócio-torcedor ele acaba gerando mais 50 centavos de compras, despesas...


Para se associar, os alvinegros podem se recadastrar ou fazer novas adesões pelo site oficial ou na sede de General Severiano. A diretoria disponibilizou uma central de atendimento, de número 4003-9979, para esclarecer dúvidas.


Confira a entrevista completa com Marcio Padilha e Luis Fernando Santos

GloboEsporte.com: Qual o panorama deste primeiro mês do programa?


Padilha: Com a mudança do nosso sistema, a gente teve que fazer coisas drásticas, tirar do ar para poder migrar de um sistema para o outro. Isso realmente não foi bom, mas precisávamos pagar esse preço. Porque do sistema anterior não vieram as senhas e os números do cartão de crédito. Então precisava que todo mundo entrasse novamente no novo sistema e criasse uma nova senha e colocasse o número do cartão de crédito para continuar fazendo parte do programa. Isso gerou um impacto negativo um pouquinho na torcida, mas é algo que estamos resolvendo. Reforçamos o nosso atendimento presencial, telefônico...


As adesões atenderam às expectativas?

Nós esperávamos um pouquinho mais (por causa do valor mais baixo). Mas entendemos que o torcedor está desconfiado. Tem o problema do boleto também que a nova operadora está negociando com o banco ainda. A gente acredita que, quando implantar o boleto, vai dar um boom de adesões porque tem muita gente esperando"
Marcio Padilha,
vice de comunicação do Botafogo


Padilha: Nós esperávamos um pouquinho mais (por causa do valor mais baixo). Mas entendemos que o torcedor está desconfiado. Tem o problema do boleto também que a nova operadora está negociando com o banco ainda. A gente acredita que quando implantar o boleto vai dar um boom de adesões porque tem muita gente esperando o boleto bancário.


Santos: Principalmente porque não podemos oferecer o jogo. O torcedor tem o plano do jogo, agora começa a dificuldade de renovação. Ele quer renovar com o jogo, aí chega lá e não encontra. Aí ele fica em dúvida se ele não sabe fazer. Aí começa o processo, liga, a gente diz que não tem o jogo por enquanto...


Tiveram mais renovações ou novas adesões?


Padilha: Tem os dois casos. Quem está renovando, estamos entendendo como nova adesão porque tem que cadastrar tudo de novo. Mas para quem tem a carteirinha ativa não cobramos taxa de adesão; se o cara parou de pagar em outubro e quer voltar agora, não se está cobrando os atrasados; estamos fazendo tudo para incentivar o pessoal a aderir. Adesão nova foi em torno de 800. O resto é pessoal que está renovando. A gente tinha 15 mil ano passado e acredita que esses dois mil vamos recuperar e continuar subindo.


Qual é a influência do time em campo sobre o ST?

Padilha: O torcedor reage muito ao momento do futebol. A diretoria, nós temos plena confiança no Ricardo, no grupo. Essa cobrança da mídia estava repercutindo muito na própria torcida, começou a acreditar que o time do Botafogo é muito inferior aos outros e isso gera um recuo, um certo receio, bronca... A gente precisa desse voto de confiança. Se chegar a R$ 50 mil sócios-torcedores, vai ser bom para o Botafogo. E vai ser bom para o sócio-torcedor, aumenta nossa capacidade de investimento, dará para fazer mais promoções, criar mais eventos... Uma coisa leva à outra. Os clubes de maiores investimentos estão com a folha de pagamento de futebol muito superiores a nossa. Estamos com cerca de 25% deles. Para chegar em um investimento intermediário tem que aumentar muito a nossa base de sócios-torcedores. E aí tem um apelo para a torcida. É o efeito "Tostines" (marca de biscoito que tinha o slogan "fresquinho porque vende mais, ou vende mais porque é fresquinho"), que eu sempre brinco: a gente monta o time para a torcida aderir ao sócio-torcedor ou a torcia adere ao sócio-torcedor para podermos melhorar o time?


Você falou em 50 mil sócios-torcedores. É uma expectativa real?


Padilha: É. Queremos chegar a 30 mil até o final de 2016, acho que com nosso desempenho em campo vamos provar para a torcida que merecemos o voto de confiança. Mais gente vai aderir. Existe uma possibilidade de ter o mando de campo definido, e aí poder voltar com o acesso 100% nas condições normais. A gente aposta nisso aí, que até o final do ano chegue nos 30 mil. Torcida tem que dar um voto de confiança.

Jefferson é mais uma vez o garoto-propaganda do programa de sócio-torcedor do Botafogo (Foto: Divulgação / Botafogo)


Quais serão as próximas novidades do programa?

Padilha: Em função de alguns sócios mais incisivos, estamos criando dois pacotes novos com acesso ao jogo. A gente está chamando de VIP e Super VIP, ainda não foram batizados, mas seria alguma coisa desse tipo. É um plano que o torcedor vai colocar no carrinho dele, mas vai estar lá no regulamento que ele sabe que, se vender o jogo (outro local), ele pode até ir, agora passagem, estadia, alimentação... É por conta dele

Em função de alguns sócios mais incisivos, estamos criando dois pacotes novos com acesso ao jogo. A gente está chamando de VIP e Super VIP, ainda não foram batizados, mas seria alguma coisa desse tipo. É um plano que torcedor vai colocar no carrinho dele, mas vai estar lá no regulamento que ele sabe que, se vender o jogo, ele pode até ir, agora passagem, estadia, alimentação... É por conta dele"
Marcio Padilha,
vice de comunicação do Botafogo


Santos: Tem direito a acesso a qualquer jogo do Botafogo com mando nosso. Não importa onde, até mesmo no Mundial de Clubes. Vai premiar a pessoa que quer participar muito mais de um plano melhor entregando mais dinheiro.


Padilha: Tem um monte de coisa para entrar no carrinho. Vai ter curso de mergulho, plano de previdência, dependentes já estão podendo ser incluídos, vão ter três universidades que vamos oferecer promoções, os dois planos VIP... E temos um projeto agora de experiências digitais, como o bastidor que a gente vê depois na edição talvez vai ver ao vivo, sócio-torcedor vai ter acesso diferenciado à entrevista coletiva... Por mais que as pessoas achem que não tem benefícios, hoje por exemplo você faz duas corridas de taxi na "Easy Taxi" e economiza R$ 20 reais. E paga R$ 13,90 no plano básico, então você ainda tem R$ 6 de lucro. Pode ajudar o clube sem gastar nada, pelo contrário, você economiza mais do que gastou.

Santos: Vamos ter um compromisso de, a cada um real gerado no programa, colocar mais 50 centavos. Ou seja, se tiver 20 mil sócios-torcedores que geram R$ 800 mil por mês, aí vão ter mais R$ 400 mil e vai dar R$ 1,2 milhão. Aí teríamos uma folha de R$ 4,2 milhões, não mais de três. E não é que o Botafogo vai estar pagando mais, a gente acha que cada real do sócio-torcedor ele acaba gerando mais 50 centavos de compras, despesas...


Por que o número não está atualizado no "Movimento Por Um Futebol Melhor"?


Padilha: Está congelado, diferença muito pouca. Integração sistêmica, está definindo o prazo desses 30 dias, antigamente era 90, está integrando com a Ambev. Tem uma fila de ajustes, mas em breve vai estar normal. Alguns clubes, não vou falar nomes, mas deixam o inadimplente por seis meses lá ainda. Nós deixamos por 30 dias, é uma média que a gente acha normal para ser inadimplente, porque em 30 dias ele pode ter tido um problema, cartão não passou, trocou o número do cartão e esqueceu de se recadastrar no programa... Mas depois disso não tem porque. Tenho informações extraoficiais que tem clube aí com 50% de adimplentes do que está divulgado lá.



Por Thiago Lima/Rio de Janeiro/GE

Botafogo sai ileso após testes de fogo nos clássicos... E fortalecido para 2016


Após atuações contestáveis no início do Carioca, Alvinegro acha equilíbrio com três volantes e dois atacantes, marca três gols e sofre só um contra Fluminense e Vasco




Aquela dúvida da torcida em relação ao time do Botafogo vai diminuindo. Se ela ainda não está dissipada, ao menos a convicção já é maior. Depois de começar o Campeonato Carioca com vitórias apertadas e atuações pouco convincentes, o Alvinegro chegou na última semana sob desconfiança com dois testes de fogo pela frente. Mas saiu ileso. E mais: fortalecido para o restante da temporada que está por vir. Venceu o Fluminense em estádio neutro, no Espírito Santo, e arrancou um empate com o Vasco dentro do caldeirão de São Januário. Em dois clássicos, marcou três gols, sofreu apenas um e encontrou uma forma consistente de jogar.


Mesmo sem ser brilhante, Botafogo se mostrou mais consistente durante clássicos (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)

Êxito que passa pelas mãos de Ricardo Gomes e sua nova formação. O treinador alvinegro teve peito para mexer na equipe mesmo ganhando, sacou a trinca de meias, surpreendeu ao escalar três volantes no meio de campo, e em seguida passou a usar também dois atacantes. Esquema que foi testado pela primeira vez logo em um clássico. Diante do Fluminense, fez um primeiro tempo perfeito, marcou dois gols e sequer levou sustos. Na etapa final, diminuiu o ritmo, administrou o resultado, e a defesa deu conta (veja os melhores momentos do 2 a 0 abaixo).




No último domingo, foi a vez de encarar o Vasco diante de sua torcida. Soube suportar a pressão inicial dos donos da casa e teve até chance de marcar, com Ribamar. No segundo tempo, sofreu o seu único gol com a atual formação, mas fruto de uma falha individual. Diogo Barbosa não cortou o lançamento, e Eder Luis pegou a defesa aberta - na velocidade, Riascos ganhou de Carli para marcar. Houve ainda uma bola na trave de Nenê, mas o Botafogo jamais perdeu a organização, empatou com um golaço de falta de Emerson e poderia até ter virado no fim, em um contra-ataque quatro contra quatro (veja os melhores momentos do 1 a 1 abaixo).




Ricardo considera que esta formação encaixou, mesclando os jovens com os mais experientes no time titular. Após o último clássico, o treinador destacou a postura contra um rival já montado desde o ano passado e se mostrou ainda mais confiante. Anteriormente, o comandante alvinegro já afirmou que espera entrar no Campeonato Brasileiro para brigar pela parte de cima da tabela.


Sai mais forte. O que eu vi contra o Fluminense e contra o Vasco me deixou bem mais confiante pela qualidade da equipe. O Vasco tem um bom time, só não se livrou (do rebaixamento) pelo tempo, mas o trabalho é muito bem feito. E o Vasco mudou muito pouco em relação ao ano passado. Gostei bastante disso, diferente do Fluminense que é um time em montagem. O Vasco está montado, isso me deixou bastante confiante"

Ricardo Gomes, técnico do Botafogo


- Sai mais forte. O que eu vi contra o Fluminense e contra o Vasco me deixou bem mais confiante pela qualidade da equipe. São jogadores não tão conhecidos, mas você vê quem tinha no meio de campo adversário: Andrezinho, Nenê, Marcelo (Mattos), Julio dos Santos. O Vasco tem um bom time, só não se livrou (do rebaixamento em 2015) pelo tempo, mas o trabalho é muito bem feito. E o Vasco mudou muito pouco em relação ao ano passado. Gostei bastante disso, diferente do Fluminense que é um time em montagem. O Vasco já está montado, isso me deixou bastante confiante - salientou o técnico em entrevista coletiva.


A formação agradou também aos jogadores. Luis Ricardo, por exemplo, vê mais liberdade para os laterais e mais proximidade com os homens de frente. O ala-direito ainda ressaltou que não foi preciso a equipe passar por uma adaptação, pois jogava parecido na Série B no ano passado.


- A gente vem jogando assim desde o ano passado, praticamente. Nossos volantes são bastantes ofensivos, isso facilita para nós laterais, são caras que sabem jogar. Tanto para mim quanto para os meias facilita ter volantes que sabem jogar com a bola no chão.


Já classificado, o Botafogo cumpre tabela no próximo domingo contra o invicto Boavista, às 16h (de Brasília), em Bacaxá. Ricardo Gomes ainda vai decidir se irá poupar jogadores, mas se quiser dar ritmo ao time e manter a formação, terá que achar um substituto para Airton, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. As opções para a posição são Lucas Zen, Dierson e Matheus Fernandes, mas há a alternativa de mudar o esquema, voltar a usar Rodrigo Lindoso como primeiro volante e entrar com Fernandes avançado, ou um próprio meia para ser mais ofensivo.


Por Thiago Lima/Rio de Janeiro/GE