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terça-feira, 8 de março de 2016

Motivado, Fernandes se vê na briga por vaga no Bota: "Posso ser titular"



Autor do gol da vitória do time misto sobre o Boavista, volante diz que Alvinegro não tem 11 definidos e projeta novo clássico com Fluminense: "Vão vir mais preparados"




Montagem de Capa do GE

A vitória do Botafogo com time misto sobre o até então invicto Boavista, no último domingo, em São Januário, pode não ter significado nada na tabela, pois as duas equipes já estavam classificadas. Mas ela valeu, e muito, para Fernandes. Autor do único gol do duelo, o jovem de 21 anos ganhou motivação na briga por vaga no meio de campo titular. Como já jogou nessa formação com três volantes na campanha do título do Campeonato Brasileiro da Série B do ano passado, o garoto vira concorrente natural de Rodrigo Lindoso no lado esquerdo, mas também pode ser improvisado na direita ou numa função mais recuada.


- Nosso time foi bem, fui coroado com o gol. Foi muito bom voltar. Não chorei, mas fiquei bastante feliz. Cheguei a falar que estava com saudade. Eu posso ser titular, sim, pelo trabalho que estou fazendo, pelo jogo que fiz domingo, mas isso deixo para o professor. Não tem 11 definidos, quem entrar tem que estar bem para fazer bons jogos - afirmou.


Por Thiago Lima/Rio de Janeiro/GE

Turismo, praia e futebol: Carli curte Rio e projeta encerrar carreira no Botafogo


Em boa fase, zagueiro visita Pão de Açúcar, revela reconhecimento de torcedores nas ruas, planeja parar também Paolo Guerrero e vê Alvinegro como o favorito no Carioca



O turista voltou ao Rio de Janeiro para ficar. Joel Carli mal chegou e já virou titular do Botafogo, já conquistou os torcedores e já faz planos. Como por exemplo: defender o clube até o dia em que decidir encerrar sua carreira. Há dois meses no Brasil, o argentino de 29 anos é daqueles que conseguem unir o útil ao agradável. Jogar futebol em uma cidade repleta de praias e pontos turísticos que sempre quis conhecer. E o primeiro lugar escolhido foi o Pão de Açúcar. Na última segunda-feira, o GloboEsporte.com acompanhou a visita do novo xerife alvinegro ao lado de sua mulher, Mariela, e dos filhos, Avril e Valentín, à famosa montanha de 396m de altura, que o defensor admira diariamente durante os treinos em General Severiano.

Poder viver no Brasil trabalhando com o que gosto... (suspiro) Fui conhecendo o que está mais perto, hoje foi o Pão de Açúcar, em dois dias vamos programar a ida ao Cristo. Gosto muito do clube, da equipe, do Rio... Sigo desfrutando o dia a dia para quem sabe terminar minha carreira aqui. Jogarei até o corpo dizer 'basta' (risos)"
Carli, zagueiro do Botafogo

- O Brasil é um país do qual sempre gostei, vim muitas vezes de férias para cá. Poder viver no Brasil trabalhando com o que gosto... (suspiro) Estou desfrutando muitíssimo. (...) Fui conhecendo o que está mais perto, hoje foi o Pão de Açúcar, em dois dias chegam meus pais e vamos programar a ida ao Cristo. Fui lá quando era muito pequeno e não me lembro. E, bom, vou acabar voltando ao Pão de Açúcar (risos). (...) Gosto muito do clube, da equipe, do Rio... Sigo desfrutando o dia a dia para quem sabe terminar minha carreira aqui. Jogarei até o corpo dizer "basta" (risos) - prometeu o xerife, que saiu do futebol argentino pela primeira vez, tem contrato no Botafogo até o fim de 2017 e não pensa em parar tão cedo depois de começar tarde sua carreira internacional.


Para virar "carioca" de vez, falta se acostumar ao calor, ao idioma, que ainda sai muito misturado com o espanhol, conhecer mais a "Cidade Maravilhosa"... Em campo, a velocidade da adaptação impressiona. E ele admite que não esperava ser tão reconhecido nas ruas como vem sendo pelos torcedores. Dos quatro gringos contratados pelo Alvinegro para a temporada, Carli foi o único que vingou até agora. Animado com o início da Taça Guanabara, recheada de clássicos, o zagueiro espera parar Paolo Guerrero como fez com Fred e Nenê e aponta o Botafogo como o favorito ao título do Campeonato Carioca após a melhor campanha na primeira fase.

Carli visitou Pão de Açúcar com a mulher Mariela, da filha Avril, de sete anos, e do filho Valentín, de seis (Foto: Divulgação)

Confira a entrevista completa com Carli:


GloboEsporte.com: O que está achando de morar no Rio?


Carli: A experiência é muito boa. Não senti a mudança, o Brasil é um país do qual sempre gostei, vim muitas vezes de férias para cá. No Rio estive três vezes. Conheço também Búzios, Florianópolis e Maragogi (AL), que é muito lindo. E poder viver no Brasil trabalhando com o que gosto... Estou desfrutando muitíssimo.


Quais lugares do Rio já visitou? Qual vai ser o próximo destino?


Praias, somente praias (risos). Ainda não pude realizar passeios, estou esperando meus pais chegarem para não ter que fazer tantas vezes (risos). Fui conhecendo o que está mais perto, hoje foi o Pão de Açúcar, em dois dias chegam meus pais e vamos programar a ida ao Cristo. Fui lá quando era muito pequeno e não me lembro. E, bom, vou acabar voltando ao Pão de Açúcar (risos).

Sim, me chamou a atenção. Mais do que esperava. Muitas vezes acontece no shopping, sempre recebendo afeto, tirando foto... São bons momentos. Por sorte, só torcedores do Botafogo (risos)"
Carli, sobre reconhecimento nas ruas


O que faz em seus dias de descanso? Vai a shoppings centers, cinema...?


Isso é mais para a minha mulher, mas costumo acompanhá-la. Gosto de ficar com minha família, descansar, se puder ir um pouquinho à praia, senão fico em casa tranquilo.


Na rua, os torcedores do Botafogo já te reconhecem? E dos outros times?


Sim, me chamou a atenção. Mais do que esperava. Muitas vezes acontece no shopping, sempre recebendo afeto, tirando foto... São bons momentos. Por sorte, só torcedores do Botafogo (risos).


Você sabe que já virou um "xerife" alvinegro para a torcida?

Escutei o "xerife" (risos). Bem, agradeço o apoio (disse, ficando desconcertado com o elogio).


Sua família vai sempre aos jogos?


Sim, tentamos sempre porque eles gostam. Ainda não pude entrar com meu filho no campo, é algo que também sempre sonhei e na Argentina não está permitido. Espero poder desfrutar disso aqui.


E o idioma? Seus filhos estão aprendendo bem?


Sim, mais rápido que eu (risos). Me comunico, mas falar é mais complicado. Eu e minha mulher nos surpreendemos porque meu filho tem três anos e já tira algumas palavras em português. Outro dia fomos à uma loja que estava fechada já porque era tarde (Nota da redação: em espanhol, "fechada" se fala "cerrada), e ele disse: "Papai, a loja está fechada" (risos). Ficamos surpresos. E minha menina também se comunica bem.

Após marcar seu nome nos clássicos, xerifão alvinegro deixa sua marca no mural do Pão de Açúcar (Foto: Thiago Lima)

É muito diferente a vida no Rio de Janeiro da que se vive na Argentina?

Muito calor (risos). A comida aqui é muito rica, era outro medo que tínhamos com nossos filhos, mas parece que eles gostaram mais da comida daqui do que a de lá, pois estão comendo muitíssimo (risos). A diferença é como se tratam as pessoas, de forma mais afetuosa, pelo menos a mim me chamou a atenção. Fui recebido muito bem, estou muito agradecido. O que mas sinto falta é de reunir a família, algo que estou muito acostumado. Mas estamos formando boas relações com os companheiros e também estamos planejando nos reunir em algum momento.


E no futebol, todos os estrangeiros do Botafogo estão tentando se adaptar. Por que só você não precisou de adaptação e já foi muito bem logo no primeiro jogo?

Por sorte. Pode ser que a posição também seja menos complicada na hora de se adaptar"
Carli, sobre por que só ele vingou dos gringos

Por sorte. Trabalho muito, isso faz com que a adaptação seja mais rápida. Pode ser que a posição também seja menos complicada na hora de se adaptar. Mas as pessoas me receberam muito bem, meus companheiros, comissão técnica... Isso ajuda a não sentir as mudanças. Tanto eu quanto aos outros estrangeiros estamos cômodos dentro do clube. Assim é mais fácil se adaptar ao que é o Botafogo, ao futebol brasileiro.


O Ricardo Gomes, que já foi zagueiro, conversa muito com você? Algum conselho dele já o fez mudar alguma coisa no campo?


Não algo pontual, e sim mais geral. Ele conversa e nos transmite sua experiência. Temos que assimilar o que ele nos passa porque sua trajetória mostra que foi um grande jogador.


Você já disse que gosta de clássicos, e agora tem mais. Está preparado?

Os clássicos em qualquer país do mundo tem um "plus", e tanto aqui quanto na Argentina se vê de uma forma diferente. Agora vem uma parte mais linda, com mais importância pelo que se joga, pela quantidade de clássicos que vamos enfrentar, e também é um bom teste para nós.


Você já enfrentou grandes jogadores como Nenê, Fred, e agora vai travar duelo com o Paolo Guerrero. Vai pará-lo como fez com os outros?


Ainda não o enfrentei, mas já o vi jogar. Vai ser duro, mas tenho muita fé.

Argentino espera "pegar carona" no bom momento do "bonde do Botafogo" e fazer história no clube (Foto: Thiago Lima)


Botafogo foi o melhor time da primeira fase. Acha que é o favorito ao título?


Somos favoritos. O Botafogo é uma equipe muito grande, terminou em primeiro e invicto na primeira fase, e isso mostra que somos favoritos ao campeonato. Estamos trabalhando muito para essa segunda fase que é a mais importante, que define quem vai ser o melhor.


Você está com 29 anos, pensa em encerrar a carreira no Botafogo? Até que idade pretende jogar?


Tomara! Gosto muito do clube, da equipe, do Rio... Sigo desfrutando o dia a dia para quem sabe terminar minha carreira aqui. Jogarei até o corpo dizer "basta" (risos).


E qual é seu sonho à esta altura da carreira?


Continuar no Botafogo e triunfar no clube. Estou muito cômodo aqui, minha família também, esse é meu principal objetivo.


Por Felippe Costa, Thiago Lima e Fernanda Ricciotti/Rio de Janeiro/GE

Bota se reapresenta com cara nova na lateral esquerda: Victor, de 18 anos


Jovem do time sub-20 sobe para período de experiência no profissional e começa a ser testado entre reservas. Treino tático termina com vitória dos suplentes por 3 a 2






Victor Lindenberg passa a ser opção de Ricardo
Gomes para lateral esquerda (Foto: Thiago Lima)
Após a segunda-feira de folga, o Botafogo se reapresentou na manhã desta terça-feira em General Severiano com uma cara nova no elenco: Victor Lindenberg, de 18 anos, lateral-esquerdo da base que chegou ao clube no ano passado, foi um dos destaques na Copa São Paulo de Futebol Júnior, em janeiro, e no mês seguinte renovou contrato até dezembro de 2017. O jovem subiu para um período de experiências no profissional, mas pode acabar ficando, como aconteceu com Ribamar, Marcinho, Matheus Fernandes e Matheus Cabral. A diretoria vinha buscando um jogador para a posição no mercado, porém, com a falta de opções, a solução pode ser da própria casa. Chamado por "Lind", abreviação de seu sobrenome, ele chega para fazer sombra a Jean, reserva imediato de Diogo Barbosa, e já começou a ser testado entre os suplentes.


Diferentemente dos treinos de reapresentação, quando geralmente os titulares fazem só exercícios físicos, Ricardo Gomes já colocou todo mundo para uma atividade tática com oito jogadores de linha para cada lado e em campo reduzido. Poupados na semana passada, Bruno Silva e Luis Ricardo se recuperaram de problemas físicos e treinaram normalmente. O time sem colete, de cinza, foi formado por Jefferson, Luis Ricardo, Carli, Emerson, Diogo, Airton, Bruno Silva, Lindoso e Gegê. Victor Lindenberg treinou na equipe verde, ao lado de Helton Leite, Octávio, Igor Rabello, Lucas Zen, Leandrinho, Marcinho e Lizio. Saulo e Matheus Cabral entraram no segundo tempo do trabalho, que terminou com vitória dos suplentes por 3 a 2, gols de Marcinho, Leandrinho e Lizio. Gegê, duas vezes, descontou.


Após terminar com a melhor campanha da primeira fase do Campeonato Carioca, o Botafogo estreia domingo na Taça Guanabara contra o Fluminense, às 18h30 (de Brasília), no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. Nesta etapa, serão jogos todos contra todos, e o maior pontuador será o campeão do turno, e os quatro melhores se classificam para a semifinal do estadual.


Por Thiago Lima/Rio de Janeiro/GE