Podendo atuar adiantado ou como terceiro homem no meio - já marcou dois gols e sofreu o pênalti de Sassá - atleta ganha moral e tem mais participação em gol que Camilo/Montillo
Fernandes ainda busca mais oportunidades dentro do time do Botafogo (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)
Polivalente, Fernandes pode atuar em mais de uma posição no setor de meio-campo do Botafogo. Antes mais como volante - ou até terceiro homem da faixa central - o atleta alvinegro, em 2017, tem sido testado pelo técnico Jair Ventura mais adiantado, cumprindo a função de um meia. E, até então, tem agradado.
Nos quatro jogos da temporada em que participou, Fernandes marcou dois gols e sofreu um pênalti, sendo este na última partida do Botafogo, em Moça Bonita, que foi convertido por Sassá. Na comparação com os outros jogadores da sua posição dentro do elenco, os números ficam ainda mais relevantes.
Em 10 jogos, Montillo balançou as redes uma vez pelo clube: no amistoso de começo de temporada, contra o Rio Branco-ES. Enquanto isso, Camilo disputou oito partidas, tendo dado uma assistência no empate contra o Nova Iguaçu. Com muitos jogos a menos, Fernandes já ultrapassou a participação em gols da dupla principal do meio. E ele se coloca à disposição do técnico para o setor.
- O Jair fala bastante de meritocracia. Quem estiver melhor, ele vai colocar para jogar. Estou à disposição. Como falei, os dois jogos que eu atuei foram de meia, na mesma posição que eles vinham atuando. Se precisar de mim, estarei ali para ajudar o grupo - analisou o atleta alvinegro, em coletiva nesta segunda.
Esse bom momento do meia permite a ele sonhar até com a estreia dentro da Copa Libertadores. Fernandes foi um dos inscritos pelo Glorioso na fase de grupos, mas ele não entrou no time na vitória contra o Estudiantes-ARG, no Nilton Santos. Quem sabe uma oportunidade no compromisso da Colômbia.
- É um campeonato que eu nunca disputei, e agora pude ser inscrito. Vamos ver. Eu penso jogo-a-jogo e com sede de estar atuando - completou o meia.
Fonte: Lancenet/Vinícius Britto/Rio de Janeiro (RJ)
Surpresa na escalação contra o Bangu, camaronês aproveita chance, marca primeiro gol pelo Botafogo, dedica ao filho que nascerá e ressuscita apelido de "Cruel" na web
Na primeira vez que disputou uma Série A, o camaronês Diederrick Joel Tagueu Tadjo – ou simplesmente Joel – despertou a atenção do futebol brasileiro. Foram 20 jogos e oito gols pelo Coritiba no Brasileirão de 2014, com apenas 20 anos. Desempenho que fez o Cruzeiro apostar nele e comprar 50% dos seus direitos econômicos por R$ 2,5 milhões na temporada seguinte. Mas desde então o atacante não conseguiu engrenar e render o esperado. Passou ainda pelo Santos até chegar em janeiro ao Botafogo, onde tenta, aos 23, um recomeço na carreira.
JOEL NO BRASIL:
Londrina - 34 jogos / 12 gols
Coritiba - 20 jogos / 8 gols
Cruzeiro - 24 jogos / 3 gols
Santos - 35 jogos / 7 gols
Botafogo - 5 jogos / 1 gol
Com 1,78m e 76kg, Joel desembarcou em General Severiano com status de titular e motivação em alta pela Libertadores. Só que, na prática, a expectativa não se confirmou, e ele perdeu espaço. Não jogava há mais de um mês até virar surpresa na escalação de Jair Ventura. E não desperdiçou: jogando de titular, marcou o seu primeiro gol na vitória por 2 a 0 sobre o Bangu, em Moça Bonita, no domingo (veja no vídeo acima). E ganhou moral.
Comemoração do "papai Joel": atacante soube nos últimos dias que será pai (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)
– Joel vem se destacando nos treinos, vem crescendo. É um jogador que veio com a confiança de todo mundo, tem uma expectativa grande em cima dele. O Jair optou em dar oportunidade para ele nessa partida – analisou Emílio Faro, auxiliar de Jair que comandou o time domingo.
Quis o destino que seu recomeço no futebol brasileiro fosse justamente em uma das regiões carentes do Rio de Janeiro, o que remete à sua infância. Joel nasceu em Nkongsamba, mas foi criado em Doula, um bairro pobre da maior cidade de Camarões. Muito novo, ele deixou a família para tentar a sorte no futebol no exterior. Passou por África do Sul, Egito, Bulgária e Bélgica, tudo antes de completar 15 anos. Até que, em setembro de 2009, aterrissou no Brasil.
Joel em recente visita à cidade natal de Nkongsamba, no Camarões: atacante é um exemplo por lá (Foto: Divulgação)
Chegou junto a outros meninos com potencial para virarem jogadores, todos trazidos pelas mãos de um mesmo grupo de empresários. Começou a aprender o português e a jogar bola no estado do Paraná, onde defendeu o Iraty e depois foi para o Londrina. Como a Fifa não permite a transferência internacional de menores de idade, ele só treinava e disputava amistosos até completar 18 anos. Nesse período, morou no alojamento do clube e era contratado como menor aprendiz, com uma ajuda de custo. Quando finalmente estreou em competições, levou o time ao título do Campeonato Parananese de 2014 e chamou a atenção do Coritiba.
"JOEL, O CRUEL" E A PATERNIDADE
Meme do "Joel, o cruel", bombou na web em 2014, quando foi artilheiro do Coritiba no Brasileirão (Foto: Divulgação)
Foi nessa época que o camaronês fez sucesso no futebol brasileiro e ganhou um apelido nas redes sociais pelo seu faro de gols: "Joel, o cruel" virou até meme (veja na imagem acima). Alcunha essa que foi ressuscitada por alvinegros no último domingo na internet.
Outro fator de inspiração para o atacante engrenar é a vida pessoal: justamente na semana em que fez as pazes com a rede é que ele soube que será pai. A esposa Jessica está grávida, e Joel publicou a notícia em seu perfil no Instagram. Por isso a comemoração com a bola debaixo da camisa e o dedão na boca, já homenageando o filho que está por vir ao mundo.
Alvinegros ressuscitaram o apelido assim que Joel desencantou pelo Botafogo no domingo (Foto: Reprodução)
– Existem coisas que são inexplicáveis, e uma delas é a noticia que recebi há alguns dias atrás... Filhos são anjos que Deus coloca em nossas vidas, obrigado senhor por tudo, obrigado meu amor @lima_jessicaa por essa bênção... Prometo cuidar de vocês! O papai ama vocês – escreveu ao postar uma foto formando um coração com as mãos na barriga da esposa.
O camaronês, que já defendeu a seleção de seu país na base e tem o sonho de um dia ser convocado para a principal, é o favorito para pegar a vaga do suspenso Pimpão e seguir como titular, mesmo com a volta de Camilo na quinta-feira, contra a Portuguesa em Los Lários.
Publicação de Joel no Instagram, há quatro dias, revelando a notícia de que terá seu primeiro filho (Foto: Reprodução)
Por um gol, a vitória pelo placar de 2 a 0 ainda não foi o suficiente para o Botafogo ingressar na zona de classificação para a semifinal da Taça Rio, mas serviu para passar o Nova Iguaçu e entrar no G-4 da classificação geral do Campeonato Carioca. Com o Fluminense, campeão da Taça Guanabara, e o Flamengo já garantidos na semifinal do estadual, restam duas vagas.
Presente em 40% dos jogos que o Botafogo não sofreu gols em 2017, zagueiro busca recomeço e questiona críticas no Clássico Vovô: "Não tinha nada a ver com a história"
Aqui não! Renan Fonseca levou a melhor com Loco Abreu pelo
alto (Foto: Vitor Silva / SS Press / Botafogo)
O domingo foi de Joel e Sassá, que encerraram seus jejuns ao marcarem os gols da vitória do Botafogo por 2 a 0 sobre o Bangu, em Moça Bonita (veja os lances no vídeo abaixo). Mas a partida também foi especial para um jogador de defesa: Renan Fonseca. Ao lado de Igor Rabello, formando uma dupla de zaga reserva, o zagueiro conseguiu parar o experiente Loco Abreu, de 40 anos, e completou com a equipe mais um duelo sem sofrer gols. Dos cinco jogos em que o time não foi vazado em 2017, ele esteve presente em dois, equivalente a 40%.
Números para dar um pouco de moral para quem vinha sofrendo com as críticas da torcida, motivo de um desabafo de Renan Fonseca. Na rodada passada, no Clássico Vovô, o zagueiro entrou no intervalo na vaga do machucado Carli com um placar favorável de 2 a 0, mas viu o Fluminense virar para 3 a 2 no segundo tempo. Mesmo sem o defensor ter falhado em algum lance capital, muitos alvinegros atribuíram a virada ao fato do jogador estar em campo.
– Todo jogo procuro fazer meu melhor, nem sempre as coisas dão certo. Quem está aqui me conhece, vê meu dia a dia. Hoje (domingo) fui privilegiado, a equipe ajudou, conseguimos a vitória. No último jogo teve uma situação que entrei no intervalo e acabou... Não tinha nada a ver com a história, e o pessoal vem pegando no meu pé. Mas muito trabalho uma hora dá certo. Vou encarar como recomeço, aproveitar as oportunidades que tiver para voltar a jogar bem. Sempre falo para o pessoal: conheço o lado bom, o ruim e o médio do Botafogo. Sou um dos que estou aqui há mais tempo, sei da responsabilidade. É olhar daqui para frente e respirar bons ares.
Com 102 jogos e três gols vestindo a camisa alvinegra, Renan Fonseca espera reviver os bons momentos, como por exemplo quando foi titular em toda a campanha do título da Série B do Campeonato Brasileiro de 2015. E para esse recomeço, nada melhor do que iniciar colocando um ídolo no bolso. Ele cortou praticamente todas as bolas aéreas, especialidade do uruguaio.
Muito trabalho uma hora dá certo. Vou encarar como recomeço, aproveitar as oportunidades que tiver para voltar a jogar bem. Sempre falo para pessoal: conheço o lado bom, o ruim e o médio do Botafogo. Sou um dos que estou aqui há mais tempo, sei da responsabilidade. É olhar daqui para frente e respirar bons ares"
Renan Fonseca, zagueiro do Botafogo
– É um ídolo aqui no Botafogo, jogador diferenciado, apesar da idade ele sabe cortar os caminhos, estava lá na frente sempre incomodando a gente. Procuramos dificultar o máximo para ele, mesmo assim ele arruma espaço, arruma situação para finalizar. Foi bonita a festa, o torcedor conseguiu brincar com ele, vencemos o jogo... Foi um grande dia.
Acima do rendimento individual, Renan Fonseca enalteceu o desempenho coletivo de um time que teve sete desfalques – Jefferson, Luis Ricardo, Gustavo Bochecha, Jonas, Leandrinho, Matheus Fernandes (DM) e Gatito Fernández (seleção) – e quatro poupados – Camilo, Airton, Bruno Silva e Emerson Silva. Para o defensor, o resultado mantém o time vivo no estadual.
– Momento difícil, uma partida que era o divisor de águas. A gente tinha que vencer de qualquer maneira, e nós conseguimos. Entramos com uma equipe mista, acho que todos dentro do coletivo procurou fazer o seu melhor, conseguimos um grande resultado, e isso dá uma força a mais para buscarmos a classificação no Carioca – frisou.
Por um gol, a vitória pelo placar de 2 a 0 ainda não foi o suficiente para o Botafogo ingressar na zona de classificação para a semifinal da Taça Rio, mas serviu para passar o Nova Iguaçu e entrar no G-4 da classificação geral do Campeonato Carioca. Com o Fluminense, campeão da Taça Guanabara, e o Flamengo já garantidos na semifinal do estadual, restam duas vagas.